O choro aparece quando Hermínia Monteiro da Silva, de 58 anos, lembra de minúcias da rotina com a neta Emanuele Vitória, de 5 anos.

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“Ela pedia pra dormir comigo e perguntava “vó, cadê o meu leitinho?”. Gostava de me ajudar a cortar batatas, lavar as coisas. A vida dela está nas mãos de Deus. Se estiver viva, é um milagre”, diz a senhora, que trabalhava como gari em Bento Rodrigues, distrito de Mariana (MG), destruído pela queda de duas barragens de resíduos e água na quinta-feira.

Herminia não tem noticias da neta desde o acidente. A menina estava com o pai, Weslei Isabel, e o irmão, Nicolas, de 3 anos, em casa quando a avalanche de lama chegou ao vilarejo arrastando casas e pessoas.

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“Agarrei os dois nos braços, mas eles escaparam. Vizinhos conseguiram me tirar da lama e eu ouvi Nicholas chorando. Pedi a um amigo para resgatar ele, que foi encontrado dentro de um carro na lama”, relata Weslei, que quebrou o tornozelo e está internado. “Cada hora dizem uma coisa sobre Emanuele. Queria uma noticia mais certa, independentemente do que tiver acontecido.”

O irmão de Emanuele foi internado em Belo Horizonte, depois de ter engolido muita água. Grávida nos meses iniciais de gestação, Pamela Rayane Sena, mãe da menina, acompanhava o filho na manhã deste sábado no hospital. Ao menos 15 pessoas da família foram atingidas pela tragédia.

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