O advogado Francisco Simim, que assumiu com principal defensor de Bruno Fernandes, afirmou que o pedido de destituição dos advogados de defesa foi uma manobra para tentar adiar o julgamento do goleiro.
De acordo com o advogado, Bruno não tem interesse real de demiti-lo também. "Isso era para conseguir um possível desmembramento", entregou ele.
Simim, que era um defensor secundário de Bruno, assumiu a "titularidade" hoje pela manhã quando o goleiro destituiu seu defensor Rui Pimenta em plena sessão. "Ele mandou eu tirar umas férias", disse Pimenta, que continua agora apenas na condução de um habeas corpus.
Pimenta ainda disse que ficou surpreso com a decisão de Bruno, mas que irá respeitar. "Eu fui surpreendido [com a decisão]. Ele quis mudar de estratégia", afirmou, ao deixar o fórum.
Quando questionado se estava preparado para assumir a defesa do goleiro, Simim fez uma comparação com o futebol. "[Estou] preparado, igual jogador de futebol. O advogado vive de resultados. Então, vamos aguardar para saber se eu estava ou não preparado."
Durante a conversa com os jornalistas, o advogado chegou a cambalear e teve de apoiar numa muro que dá acesso ao plenário. Nesse momento perdeu a linha de raciocínio ao tentar explicar sua linha de defesa de Bruno. "Estou muito cansado", disse.
Após tentar retomar o tema, disse que vai manter a linha de não haver provas materiais da morte de Eliza Samudio.
Julgamento
O segundo dia de julgamento começou com novo tumulto, após Bruno destituir um dos seus advogados, Rui Pimenta, que se retirou do plenário bastante surpreso com a decisão do goleiro.
Em seguida, Bruno quis destituir também seu outro advogado, Francisco Simim, alegando que ele defende sua ex-mulher, Dayanne Souza, e que isso poderia causar eventual prejuízo em caso de eventual discordância.
A juíza Marixa Rodrigues não acatou o pedido do réu e desmembrou o julgamento da ex-mulher do goleiro Dayanne. Ele será marcado juntamente com a do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Bruno e Macarrão estão sendo julgados por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza.
Eles negam a existência do crime, já que o corpo nunca foi encontrado. Também está sendo julgada por sequestro e cárcere privado a ex-namorada de Bruno, Fernanda Castro.
O primeiro dia do julgamento foi marcado por tumulto, atrasos, abandono de advogados e apenas uma testemunha ouvida. A sessão que estava prevista para começar às 9h só foi iniciada por volta das 12h. A primeira pessoa ouvida no plenário foi Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista de Bruno, que confirmou ter ouvido Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, dizer que Eliza "já era" e que seu corpo havia sido jogado para cães. Os réus Bola e Macarrão já haviam deixado o fórum. Macarrão passou mal e foi dispensado da sessão pela juíza. Eliza teria morrido porque queria que o ex-goleiro do Flamengo pagasse pensão para o filho, que até então ele não reconhecia. Em um vídeo feito em 2009, quando ainda estava grávida, ela dizia que Bruno ameaçou matá-la se ela não abortasse.
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