Grupos de extermínio aproveitam greve da PM no Brasil para atuar
Um agente confirmou que "há evidências" de que os chamados "milicianos" assassinaram 38 dos 157 mortos por homicídio nos 12 dias de paralisação policial na Bahia
Governo indicia 270 militares e neutraliza greve da PM no Rio
Com medo de repetição do caos vivido na Bahia, governador fluminense age rápido para sufocar motim nas forças de segurança
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A greve de bombeiros e policiais civis e militares não afetou o policiamento nas principais vias da cidade durante a madrugada deste sábado (11). Na orla da Zona Sul, principalmente em Copacabana, PMs estavam nas cabines. Nas praias do Leblon e Ipanema, os policiais militares davam reforço apenas na Operação Lei Seca na esquina da Avenida Bartolomeu Mitre com a Rua Rainha Elizabeth. Um outro ponto da Lei Seca, em frente ao Copacabana Palace, tinha o apoio dos policiais militares. O clima entre os frequentadores da orla era de aparente tranquilidade.
No Arpoador, um policial militar estava na cabine enquanto grupos faziam luau e jogavam bola. Em Copacabana, o movimento dos bares e das pessoas na praia também não demonstrava insegurança. O Leme era policiado por homens do Batalhão de Choque por volta das 2h.
"O movimento da greve aqui no Rio teve baixa adesão. Estamos trabalhando e não há problemas nas ruas", disse um PM na orla da Zona Sul durante a madrugada.
Nas ruas internas da Zona Sul também havia homens da Polícia Militar e da Guarda Municipal nesta madrugada. A 15ª DP (Gávea) fazia atendimento normalmente. Já na 10ª DP (Botafogo) as portas estavam fechadas. O policiamento também estava presente nos túneis Santa Bárbara e Rebouças e no Elevado da Perimetral. O Terreirão do Samba e o Sambódromo contava com a presença de Guardas Municipais e de PMs. Assim como na Lapa. E na Tijuca, além da presença de Guardas Municipais na Praça Saens Peña, carros da PM passavam por ruas internas do bairro.
A grande preocupação são os blocos e jogos de futebol programados para o fim de semana, mas a PM garante que o policiamento será mantido normalmente. Na sexta-feira, apesar da chuva que caiu na concentração do Cordão da Bola Preta, o desfile de pré-carnaval do bloco mais tradicional do Rio correu sem problemas. A Polícia Militar, que mesmo em greve garantiu o policiamento do evento, estimou em 130 mil pessoas.
Durante a madrugada de quinta-feira, os organizadores do bloco chegaram a enviar uma nota à imprensa cancelando o evento após o anúncio de greve da Polícia Militar. No início da manhã, no entanto, eles voltaram atrás e decidiram manter o desfile. O policiamento do bloco foi feito por 200 policiais militares e 50 viaturas do 5º BPM com reforço do Estado Maior da PM. A Guarda Municipal teve 240 homens no local, e outros 40 agentes da prefeitura, entre orientadores de trânsito e controle urbano, trabalharam no desfile.
O governo do estado reagiu com rigor no primeiro dia da greve de bombeiros e policiais civis e militares, e o movimento teve baixa adesão. Foram indiciados 270 de militares ligados à paralisação. Dezessete PMs foram presos, entre eles dez líderes do movimento, dois deles coronéis. Nove se entregaram e foram levados para Bangu 1, onde já está um dos cabeças da greve, o cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo. A cabo Vivian Sanchez Gonçalves, única mulher do grupo, foi levada para o Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM. Um ainda está foragido.
O Corpo de Bombeiros determinou a prisão administrativa de 123 salva-vidas, indiciados por terem faltado na sexta-feira ao trabalho. Somente em Volta Redonda, 129 PMs foram indiciados por crime militar. Outros sete foram presos em flagrante e autuados por desobediência. O governador Sérgio Cabral baixou um decreto agilizando o processo de punição de praças.
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