Tigre esclarece os fatos
O delegado-chefe do Tigre, Renato Bastos Figueiroa, comentou todo o caso em nome do grupo pela primeira vez nesta sexta-feira (2). "O Tigre desde o início não se manifestou por determinação superior, para que o caso não virasse briga política entre os estados", explica.
Segundo Figueiroa, a ação dos policiais paranaenses ocorreu porque o sargento gaúcho sacou a arma enquanto seguia de moto em direção ao veículo do Tigre. "O grupo Tigre está com a consciência tranquila de ter agido de acordo com o que as circunstâncias exigiram. Tanto eu como outra equipe teria agido da mesma forma", diz.
O delegado também questionou o argumento de autoridades gaúchas que alegaram que a ação dos paranaenses no estado era clandestina. De acordo com Figueiroa, eles tinham ordem de serviço, estavam em uma viatura oficial e utilizaram armas oficiais. Sobre o automóvel ser descaracterizado, ele explicou que o Tigre realiza trabalhos sigilosos que necessitam de viaturas sem identificação.
Ele ainda destacou o fato de o Código de Processo Penal permitir que os policiais civis ingressem em outro estado para realizar uma operação e se apresentem à autoridade local após a diligência, e garante que o Tigre, além de outras policiais de outros estados, sempre atuaram assim. "O fato que ocorreu ali [morte do sargento] foi uma fatalidade. Se eles me provassem que essa não comunicação mudaria os fatos, que o aviso chegaria a um policial de folga, eu teria que pedir desculpa e com certeza me retrataria", afirma Figueiroa.
O delegado disse que o Tigre lamenta profundamente a morte do policial gaúcho, mas avalia que a abordagem do sargento foi irresponsável. Uma possível explicação para o fato seria o fato de um exame realizado pelo Instituto Médico-Legal do RS ter apontado que o agente tinha 13,1 decigramas de álcool por litro de sangue quando foi morto, o que caracteriza embriaguez.
Os três policiais do Tigre envolvidos na ação não eram novatos, sendo que o autor dos disparos era o mais experiente, com 11 anos em operações desse tipo. Os outros dois tinham menos tempo no grupo, mas também realizaram o curso obrigatório para entrar no Tigre e trabalharam para outras polícias anteriormente. Após deixarem a prisão, os três vão sair de férias e retomam as atividades normais no grupo na volta.
Figueiroa ainda esclareceu que, após a ocorrência "muito se falou que os policiais do Tigre entraram lá e fugiram", mas, segundo ele, os investigadores esperaram o socorro da vítima, foram liberados pelo delegado da cidade e nenhuma autoridade local fez contato para que eles ficassem no estado. Por isso, eles teriam retornado ao Paraná. O delegado ainda fez questão de destacar que o episódio não abala a relação entre as polícias do Paraná e do Rio Grande do Sul. "Nós vamos precisar deles e vice-versa. Estamos à disposição", garante.
Os policiais civis que mataram um sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul durante uma operação foram soltos na madrugada desta sexta-feira (20). O alvará de soltura foi expedido entre 1 e 2 horas desta sexta. Eles responderão ao processo em liberdade, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR).
Os três investigadores paranaenses do grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) estavam presos preventivamente desde 21 de dezembro e o período de prisão venceu na quinta-feira (19). A Sesp não divulgou outras informações sobre o caso.
Os investigadores retornaram de Porto Alegre na tarde de quarta-feira (18), após participarem da reconstituição do caso durante a madrugada.
As investigações revelam que houve confronto armado entre os investigadores paranaenses e o sargento gaúcho Ariel da Silva e que isso ocorreu após a tentativa de abordagem. Ariel da Silva estava à paisana e em uma moto sem identificação da polícia. Ele teria tentado interpelar os agentes do Tigre já com arma em punho e sem se identificar como policial.
Os policiais foram ao Rio Grande do Sul para investigar o sequestro de dois reféns paranaenses. Em outra operação, um dos reféns foi morto por um delegado gaúcho. Reconstituição
Durou quase quatro horas a reconstituição da morte do sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, morto em confronto com policiais do grupo Tigre que foi realizada durante a noite desta terça-feira (17) e madrugada de quarta-feira. A operação contou com a participação dos três policiais paranaenses envolvidos no caso e de mais 60 agentes gaúchos, que simularam a ação que resultou na morte do sargento Ariel da Silva. Ainda na terça-feira, um laudo do Instituto Médico Legal do Rio Grande do Sul revelou que Silva tinha 13,1 decigramas de álcool no sangue quando foi morto.
A reconstituição, que começou por volta das 23h30, só terminou às 3h30. A ação foi realizada no cruzamento da rodovia Gravataí-Taquara (ERS-020) com a Avenida Sílvio de Freitas. De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, cada um dos agentes paranaenses que participaram da reconstituição contou a sua versão para os fatos isoladamente. Testemunhas que estavam nas proximidades do local onde ocorreu o incidente também foram ouvidas.
O delegado Paulo Rogério Grillo, da Corregedoria da Polícia Civil gaúcha, em entrevista ao jornal Zero Hora, avaliou a ação como positiva e disse que deve finalizar o inquérito até o final do mês.
Segundo a Polícia Civil gaúcha, as versões do fato apresentadas pelos policiais e testemunhas são semelhantes, o que deve colaborar para a rapidez nas investigações. A perícia também deve apontar quem iniciou a troca de tiros, os policiais do Tigre ou o sargento da polícia gaúcha.
Caso
Os policiais paranaenses são acusados de matar o sargento no último dia 21 de dezembro em Gravataí (RS), quando investigavam o sequestro do agricultorLírio Persch, que acabou morto.
No último dia 10, a perícia concluiu que o tiro que matou Persch saiu da arma do delegado gaúcho Leonel Carivali, da 1.ª Delegacia Regional Metropolitana, sediada em Gravataí. O policial alegou legítima defesa, já que ele disse ter ouvido barulho de estampidos no momento em que estouravam o cativeiro do agricultor.
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