Os atrasos nos pousos e decolagens que atingem o Aeroporto Internacional Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, nos últimos dias, são mais freqüentes do que se imaginava. A greve branca dos controladores de vôos funcionou como uma lente de aumento sobre um problema que já vinha se arrastando há algum tempo.

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Segundo a Infraero, estatal que administra os aeroportos no Brasil, a média de atrasos dos últimos dias, que seriam causados pela "greve branca" dos controladores de vôos, na realidade é parecida com a registrada em setembro, por exemplo, antes do início deste movimento dos técnicos. Uma semana antes da tragédia com o Boeing 737-800 da empresa GOL, que caiu após uma colisão com um jato Legacy em 29 de setembro – e desencadeou uma verdadeira "bola de neve" no controle do tráfego aéreo brasileiro – os atrasos já eram altos. Naquele período, 36 pousos ou decolagens atrasaram, com um tempo de aproximado de 40 minutos de diferença nos horários.

No início de novembro, os números se equivalem e não são tão preocupantes para a Aeronáutica. Na segunda-feira, dia 06/11, foram registrados 71 vôos fora do horário, na terça subiu para 87 vôos, na quarta foram 51 e na quinta 62 atrasaram. Na média, 67 vôos não cumpriram o horário pré-determinado a cada dia, com atraso de 45 minutos (excluindo esta sexta-feira).

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"Os atrasos atuais são considerados normais. A Aeronáutica aceita atrasos até 30 minutos como totalmente aceitáveis", afirmou o coronel da Aeronáutica, Paullo Esteves.

A diferença na ocorrência de atrasos dos últimos dias foi inicialmente causada pela operação-padrão dos controladores de vôo, que durou do dia 26 de outubro ao dia 4 deste mês. No dia 1º de novembro, véspera do Feriado de Finados, o aeroporto viveu o pior "caos". Foram contabilizados 100 atrasos, com média de 50 minutos por vôo.

Novo problema

Nesta semana um novo problema prejudicou o funcionamento do aeroporto. Falhas de comunicação nas rádio freqüências do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2) contribuíram para o aumento dos atrasos. Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA), o problema pode estar acontecendo em uma repetidora de sinal do Cindacta 2 em Assis-SP.

Esteves afirmou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) segue trabalhando para resolver o problema. "Talvez tenhamos uma interferência lá em Assis. O problema é que sabemos das dificuldades de se rastrear a telefonia móvel. Temos que dar sorte de coincidir o momento da interferência com o momento em que o técnico está fazendo a varredura".

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Pane de outubro

Um problema nos computadores do Cindacta 2 pode ter sido o causador do atraso de quase 100 vôos no dia 19 de outubro Afonso Pena.

No dia seguinte, o problema se repetiu e 96 aviões chegaram ou partiram do aeroporto fora dos seus horários.

Atrasos desta sexta-feira

Nesta sexta o novo balanço divulgado pela Infraero mostra que apenas quatro vôos pousaram ou decolaram com atraso – média de 23 minutos. O vôo da Ocean Air, previsto para 7h40, decolou apenas às 9h45 com destino a Cascavel. Até às 9h, apenas um vôo (Gol 1738/1739 - Curitiba/Congonhas/Curitiba, não decolou. Para esta sexta estão previstos 152 pousos ou decolagens.

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62 atrasaram na quinta

Das 6 horas da manhã até as 17 horas estavam previstos 95 vôos. Destes, dois foram cancelados (o Gol 7473 de Assunção para Guarulhos e o Gol 1738/1739 que faria a rota Curitiba/Congonhas/Curitiba). Outros 32 vôos apresentaram atrasos em média de 30 minutos.

Fora desse padrão teve apenas uma situação. O avião da Ocean Air, com o trajeto Fortaleza, Recife, Maceió, Aracaju, Salvador, Guarulhos e Curitiba, tinha previsão para chegar na capital paranaense às 14h05, mas pousou no Afonso Pena somente às 17h55. Um atraso de 3 horas e 50 minutos. Como passou por diversos aeroportos, mostra que a situação aérea ainda não está normalizada no Brasil.

Mais atrasos pelo país

Segundo o O Globo Online, sete vôos estavam atrasados até pouco antes das 9h desta sexta-feira e três tinham sido cancelados nesta manhã no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo. No aeroporto de Brasília, aumentou o intervalo entre as decolagens para até 20 minutos.

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