Comum em crianças, a caxumba voltou a ser assunto nos últimos dias por ter um paciente ilustre: o jogador de futebol Neymar. Também conhecida como papeira, a doença já causou 15 surtos no Estado de São Paulo e contaminou 106 pessoas entre 1.º de janeiro e 10 de agosto deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde. Também foi registrada uma morte no período. No ano passado, foram 118 casos e nenhuma morte.

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O jogador, que teve o diagnóstico divulgado pelo Barcelona no domingo passado, vai ficar afastado dos treinamentos por 15 dias. O isolamento, de acordo com especialistas, é a medida mais indicada para evitar a contaminação de outras pessoas. “O contágio ocorre por contaminação interpessoal por meio de secreções, espirro, tosse e saliva. Como o contato é de pessoa a pessoa, o ideal é que as pessoas sejam mantidas em isolamento e não tenham atividades profissionais, como ir à escola ou à faculdade”, explica Jean Gorinchteyn, médico infectologista da Rede de Hospitais São Camilo.

O período de incubação demora de sete a dez dias e os sintomas são febre, dores para mastigar ou falar e o clássico inchaço na região do maxilar, causado pela inflamação das glândulas salivares parótidas.

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“Entre as principais complicações está a orquite, que é a inflamação dos testículos. É raro ter morte. Se ocorre é por complicações maiores, quando o paciente desenvolve meningite”, explica a diretora técnica da Divisão de Doenças de Transmissão Respiratória do Centro de Vigilância Epidemiológica, Telma Carvalhanas.

Segundo Telma, a doença atinge principalmente crianças entre 5 e 15 anos e o período de maior transmissão vai do final do inverno até o começo da primavera.

A melhor forma de prevenir é com a vacinação, feita em duas doses, quando o bebê está com 12 e 15 meses. “Até os 20 anos, recomendamos duas doses da tríplice viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola”, diz Telma.

Surto

No Estado do Rio de Janeiro, foram contabilizados 152 surtos - quando mais de duas pessoas de uma instituição ou grupo são infectadas. Até o dia 12 de agosto, foram registrados 1.241 casos. Em todo o ano passado, foram 561. A Secretaria de Saúde do Rio informou não haver evidência de epidemia.

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