Cerca de mil funcionários da Cocamar pararam nesta quinta-feira (11). A diretoria da cooperativa anunciou a decisão de paralisar temporariamente a operação das indústrias em Maringá como forma de apoio ao protesto dos agricultores da região iniciado no último domingo. Algumas unidades já haviam deixado de funcionar na terça-feira. Interromperam atividades seis indústrias, onde são produzidos óleos vegetais, café torrado e moído, maioneses, álcool gel e doméstico, sucos e néctares de frutas, bebidas à base de soja, creme e condensado de soja, atomatados e molhos. O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, que considera justo o movimento dos agricultores, lembra que as entidades representativas do agronegócio, a nível nacional, estão articulando um grande protesto para a próxima terça-feira. "A insolvência da agricultura está levando muitos ao desespero", frisou Lourenço, dizendo que o governo federal está demorando muito para apresentar medidas efetivas de apoio ao campo.
Nos últimos anos, segundo o dirigente, os agricultores se descapitalizaram e se endividaram devido aos baixos preços dos produtos agrícolas, os altos custos de produção, o não-cumprimento da política de preços mínimos e as adversidades climáticas. "Só na região de Maringá a última safra teve uma redução de 30% na produtividade", citou.
Lourenço enfatizou que os produtores precisam de um plano bem elaborado e consistente para renegociar suas dívidas, um seguro rural que saia do papel, recursos financeiros a custos suportáveis para prosseguir na atividade e garantia de cumprimento dos preços mínimos. Ele mencionou que as medidas do pacote agrícola anunciado no começo de abril pelo governo federal foram consideradas "paliativas", que apenas jogam o montante da dívida para o ano que vem, sem equacioná-la.
Na tarde desta quinta-feira (11) a cooperativa divulgou uma manifesto entitulado "Protesto da agricultura, um movimento justo".