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Durante coletiva de imprensa no início da noite desta sexta-feira (17), ainda no conjunto residencial onde o seqüestrador mantinha a ex-namorada refém, em Santo André (ABC), o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar de São Paulo, coronel Eduardo José Félix, disse que a polícia só invadiu o local após ter ouvido um tiro.
"Nós só invadimos porque houve disparo. Caso contrário, a gente não ia invadir. (...) Foi uma invasão tática, explodiram a porta e entraram", relatou. Segundo o coronel, o disparo foi ouvido por policiais que estavam no apartamento ao lado. "Eu não ouvi [o tiro] porque estava aqui embaixo". Esses mesmos policiais teriam ouvido, de acordo com o coronel, o seqüestrador dizer que "ia fazer alguma coisa" e que não ia se entregar.
"Nós tentamos negociar, e ele estava irredutível. Ficamos duas horas na porta do prédio aguardando um posicionamento dele", disse. "O que deu errado foi o tiro que ele deu na menina", disse o coronel, afirmando que o Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) agiu corretamente.
Segundo o coronel, Lindemberg Alves, de 22 anos, tinha um revólver calibre 32 e cinco cartuchos deflagrados. O policial também descarta a possibilidade de as meninas terem sido baleadas pela polícia. "O Choque usou armamento não-letal", disse, referindo-se a balas de borracha.
O coronel reclamou do comportamento inconstante do seqüestrador. "Ele variava muito. A conversa dele com a gente era inconstante. De vez em quando, ele se mostrava coitadinho, pessoa sofrida, em outras vezes, era agressivo ou uma pessoa compreensiva. Ele variou a semana inteira".
Quando questionado se houve algum erro por parte da polícia em algum momento, ele disse que "a perícia e a investigação é que vão dar todas as respostas e as conclusões a que devemos chegar".