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A CPI do Grampo vai ouvir nesta quarta-feira (6), às 17 horas, o ex-coordenador da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), Dartagnan Cadilhe Abilhoa. O depoimento estava sendo esperado na última segunda-feira, mas o promotor não compareceu com a justificativa de que estava de licença prêmio e fora da capital. Para a sessão desta quarta, Abilhoa confirmou presença.

O presidente da CPI, Jocelito Canto (PTB), disse que o depoimento do promotor pode trazer dados importantes porque Abilhoa chefiou a PIC por muito tempo. "Queremos saber se na gestão dele ocorreu vazamento de informações", disse.

O relator também espera que Abilhoa esclareça a acusação de que seu filho, o policial civil Ricardo Abilhoa, teria participado de um esquema milionário de extorsão do traficante mexicano Lucio Rueda-Bustos, preso no dia 20 de julho deste ano em São Paulo. Ricardo está foragido desde dezembro de 2005, quando teve a prisão decretada. "Vai ser uma boa oportunidade para ele explicar o suposto envolvimento do filho no caso do mexicano. Há duas versões para a história", diz Jocelito.

Para o presidente da CPI, houve avanços nos trabalhos com o depoimento do coordenador da PIC, Paulo José Kessler, na segunda-feira. O promotor disse saber quem mandou o policial civil Délcio Rasera, preso desde setembro por realização de escutas telefônicas ilegais, grampear telefones de políticos e empresários.

O nome do mandante dos grampos não foi revelado pelo promotor, mas os integrantes da CPI têm esperanças de que a revelação seja feita pelo próprio Délcio Rasera, que foi convocado a prestar depoimento na Comissão na próxima segunda-feira. Os deputados reconhecem que a chance de o policial civil comparecer na sessão é pequena porque ele se negou a falar quando foi intimado a depor no Fórum de Campo Largo, no mês passado.

Como as investigações do caso Rasera correm em segredo de Justiça, os integrantes da CPI anunciaram que vão recorrer ao juiz responsável pelo caso para ter acesso a documentos sigilosos que possam facilitar o trabalho da comissão.

A CPI foi proposta pela oposição há quase três meses para apurar um suposto envolvimento do governo do estado com escutas ilegais após a prisão de Rasera, lotado na Casa Civil. A bancada do governo apresentou outro requerimento estendendo as investigações para os últimos 12 anos, incluindo a gestão do ex-governador Jaime Lerner (PSB). A CPI só começou a funcionar nesta semana e tem prazo curto, até 31 de janeiro, para apresentar um relatório final.

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