Em uma sala do ambulatório pediátrico de oncologia do Hospital das Clínicas (HC), voluntários da Associação Amigos do HC convidaram as crianças em tratamento médico na instituição para participar de atividades lúdicas. Ao redor, nenhum brinquedo “tecnológico” à vista. Ao invés disso, as voluntárias auxiliavam as crianças a manusear as coloridas massinhas de modelar e a fazer as bolinhas de sabão, brincadeira favorita da pequena Brenda Jaqueline Soares, de 2 anos. Sentada em um banco, a mãe dela, Janaina Furtuoso dos Santos, observa a alegria da filha. Brenda começou o tratamento de uma forte anemia aos sete meses, e mensalmente faz acompanhamento na instituição. “Quando ela está acompanhada do irmão, ela nem reclama para tirar sangue”, diz a mãe observando a filha que não larga do irmão Bruno Henrique dos Santos, de 11 anos.
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No segundo dia da miniférias organizada pela Associação Amigos do HC, que teve início na segunda-feira (25) e vai até a sexta-feira (29) desta semana, a Rafaeli Alves dos Santos, de 4 anos, preferiu ficar no quarto por causa dos sintomas da doença. Há seis meses, ela foi diagnosticada com tumor renal maligno e já passou por um processo cirúrgico, mas a doença retornou no pulmão. Há cinco dias, ela está internada na instituição. Nesta manhã (27), terceiro dia da miniférias, Rosângela Alves dos Santos estava alegre ao ver a filha encantada com o movimento das fitas utilizadas para fazer malabares. A Rafaeli também gostou do chapéu verde usado por cima da sua touca rosa e brincou bastante com as massinhas de modelar, o brinquedo que atraiu a maioria das crianças.
Sentada no chão, Rosemara Aparecida Teodoro acompanhava de perto o filho Raick Teodoro de Oliveira, de 5 anos, que estava fazendo uma minhoquinha colorida com as massinhas de modelar. Rosemara estava encantada ao ver o avanço no tratamento do filho, diagnosticado há quatro meses com leucemia. Por mais de três anos, Raick já fazia o acompanhamento médico, mas nenhum diagnóstico indicou a doença e os sintomas foram se agravando. “Agora, ele está muito bem, está respondendo ao tratamento e já dorme a noite inteira”, diz a mãe.
Raick frequenta o ambulatório pediátrico de oncologia de uma a três vezes por semana. A mãe diz que ele não gosta muito da rotina hospitalar e costuma ficar quieto na sala de espera. Nesta manhã, ele não estava com cara de quem estava entediado. A mãe diz que ele gostava muito de ir para a escolinha e teve que parar por causa do tratamento. Em uma programação de “férias”, Raick pode compartilhar as brincadeiras com as demais crianças em uma mesa escolar, teve a atenção de uma voluntária que poderia ser chamada de professora e não ficou em uma sala de espera, algo que se assemelha com os dias de aula que logo retornarão.
Sobre a iniciativa
“Com algumas brincadeiras antigas, esperamos ajudar na rotina dessas crianças que muitas vezes passam por tratamentos agressivos e que podem ser traumáticos”, explica a superintendente da associação, Maria Elisa Ferraz Paciornik. Para ajudar no cuidado das crianças, voluntários participam da ação. De acordo com a superintendente, a associação está analisando a possibilidade de o projeto ser repetido ao longo do ano.
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