Nas delegacias do interior, os problemas de superlotação não são diferentes da capital

CARREGANDO :)

Assim como na região metropolitana de Curitiba, o problema de superlotação nas delegacias de polícia também atinge o interior do Paraná, conforme reportagem da RPC-TV veiculada nesta sexta-feira (30).

Publicidade

Até em cidades menores o problema é grave, como em Astorga, na região Noroeste, onde 69 presos ocupam o espaço onde deveria ter apenas 16. No final de semana, um detento foi morto durante o banho de sol. A superlotação é extremamente grave em Toledo, no Oeste, com 130 presos para 30 vagas, e Pato Branco, no Sudoeste, com 160 presos para 40 vagas.

Para a secretária da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Paraná (OAB-PR), Isabel Kugler Mendes, o problema da superlotação passa pela Justiça. "O Judiciário é um dos grandes responsáveis pela situação, pois os presos precisam de maior agilidade no processo. Hoje, ele espera de 70 a 120 dias pela primeira audiência e mais de um ano para ter a segunda", disse à reportagem do Paraná-TV. A OAB-PR defende que a Defensoria Pública do Estado seja regulamentada para que se acelere os processos dos presos sem advogados.

A superlotação causou só neste ano pelo menos duas rebeliões na região de Curitiba. No início de janeiro, um preso foi morto no 11º Distrito Policial durante tentativa de fuga. Quarta-feira (28), uma rebelião na Delegacia de Campo Largo, região metropolitana, deixou a carceragem praticamente destruída, e mobilizou 70 homens para resolver a baderna. Depois disso, 68 dos 132 presos foram transferidos para outros lugares.

A reportagem da RPC-TV tentou falar com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), mas a assessoria do órgão disse que ninguém irá se pronunciar sobre o assunto. A única declaração feita sobre o assunto foi uma nota publicada segunda-feira (26) prometendo solução para o problema até julho, prazo em que deverão ser entregues 120 celas modulares feitas de concreto pré-moldado. Elas deverão ser montadas em áreas do governo próximas a delegacias. Cada módulo tem capacidade para 12 presos, num total de 1440 pessoas dentro de todas as celas modulares.