O delegado da Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Paulo Rogério Grillo, cogita pedir a liberdade dos três policiais paranaenses, integrantes do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial, o Grupo Tigre, da Polícia Civil do Paraná, especializado no combate a sequestros. Grillo afirmou que tomará esta decisão na quarta-feira (18), após a reconstituição da morte do sargento da Brigada Militar, Ariel da Silva, que acontece a partir das 23h desta terça-feira (17). Os policiais paranaenses são acusados de matar o sargento no último dia 21 de dezembro em Gravataí (RS), quando investigavam o sequestro do agricultorLírio Persch, que acabou morto pelo delegado gaúcho Leonel Carivali. Segundo Grillo, os integrantes do Tigre chegam na tarde desta segunda-feira (16) em Porto Alegre e ficarão presos no Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil gaúcha. "Avalio a possibilidade de representar pela liberdade deles. Não vendo mais necessidade de contar com eles (após a reconstituição), posso sugerir isso à Justiça", declarou. Mas, o delegado ressaltou que a decisão só será tomada na quarta-feira.
Além dos três policiais paranaenses, cinco testemunhas vão participar da reconstituição da morte do sargento. Porém, o delegado adiantou que nenhuma viu os tiros. Elas chegaram ao local somente após ouvir os estampidos. "As testemunhas são importantes para sabermos o que aconteceu imediatamente após os tiros", ressaltou Grillo. Além da Corregedoria, participam técnicos do Instituto Geral de Perícias, responsáveis por reproduzir as condições da morte.
O delegado comandante do Tigre, Renato Bastos Figueiroa, contou que viaja na noite desta segunda a Porto Alegre para acompanhar a reconstituição e criticou que a Justiça tenha determinado a prisão dos policiais. "Cabe à Justiça (decidir sobre a liberdade deles). Mas, na minha opinião, não deveriam nem ter sido presos."
Inquérito
O delegado Paulo Rogério Grillo confirmou que deve encerrar a investigação da morte do agricultor paranaense Lírio Persch até o fim desta semana. Segundo ele, uma entrevista coletiva será convocada para explicar as conclusões da Polícia Civil sobre as condições da morte do agricultor, que era mantido refém por um grupo de sequestradores na cidade de Gravataí.
Os esclarecimentos deverão ser dados assim que o inquérito final do caso seja encaminhado à Justiça. No último dia 10, a perícia concluiu que o tiro que matou Persch saiu da arma do delegado gaúcho Leonel Carivali, da 1.ª Delegacia Regional Metropolitana, sediada em Gravataí. O policial alegou legítima defesa, já que ele disse ter ouvido barulho de estampidos no momento em que estouravam o cativeiro do agricultor.