Uma denúncia recebida pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) reforça a possibilidade que o carregador Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, de 19 anos, no bairro Umbará, em Curitiba, foi executado por policiais militares da equipe de Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam).
Em entrevista à rádio CBN nesta sexta-feira, o deputado disse que Santos era vítima e testemunha de uma sessão de tortura e espancamento no Centro de Detenção Provisória (CDP), em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A sessão de tortura e o espancamento teriam acontecido no mês de novembro de 2006.
"Uma outra pessoa - um agente penitenciário, que eu não posso dizer o nome - que também teria denunciado os crimes no interior do CDP, está sofrendo retaliações", disse o petista reforçando a idéia de que Santos pode ter sido executado. Ainda de acordo com o deputado, uma investigação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Paraná, concluiu que houve tortura nas dependências do CDP.
Na próxima semana, o parlamentar irá encaminhar a denúncia à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília. Entretanto, o deputado disse que o teor da denúncia já foi levada ao governador Roberto Requião e a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp).
A assessoria da Secretaria informou num primeiro momento que não iria se pronunciar sobre as denúncias, uma vez que elas supostamente aconteceram dentro de um presídio estadual - cabendo assim à Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Seju) comentar o caso. Entretanto, no fim da tarde as posições se inverteram. A assessoria da Seju informou que não se pronunciar.
Secretaria de Segurança se pronuncia
A Sesp, no início da noite desta sexta-feira, divulgou nota (veja na íntegra) dizendo que já tinha conhecimento das denúncias divulgadas nesta sexta-feira pelo deputado federal, mas que somente agora um delegado especial da Polícia Civil está sendo designado para apurar os fatos da morte Felipe Osvaldo da Guarda dos Santos, 19 anos.
Além disso, o documento da secretaria diz que a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba tenta identificar quem fez o falso alerta de roubo do veículo modelo Gol que Santos dirigia no momento em que foi abordado pelos policiais. Até então, a versão da polícia era de que os policiais só abordaram o veículo porque no sistema da polícia indicava que o carro fora roubado.
O crime
Santos foi morto com 30 tiros na madrugada de domingo (25), após uma abordagem policial. Ele estava dirigindo o carro da mãe e estaria a 100 metros de sua casa. A família diz que Santos não teria reagido à prisão, mas mesmo assim foi alvejado com 30 tiros. A versão da polícia diz que havia um alerta de furto do carro dirigido por Santos. Segundo o tenente Carlos Vieira Heberli, do 13.º Batalhão, Santos tinha antecedentes de roubo, homicídio e roubo de veículos.
Os quatro policiais da Rotam que participaram da abordagem já foram afastados das atividades policiais. O prazo para o inquérito ser finalizado é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20 dias, caso seja necessário.
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