O governo recebeu da base na Assembleia Legislativa (Alep) duas propostas de reajustes salariais aos servidores que contam com o aval dos parlamentares. Em uma delas, o reajuste contempla os 8,17% da inflação dos últimos 12 meses, mas o valor seria pago em quatro vezes nos meses de julho e setembro, em 2015, e janeiro e março em 2016. Na outra, o valor a mais nos salários seria de 3,45% correspondente à inflação de maio a dezembro de 2014, pagos em setembro. Nesta última, o valor faltante em relação à inflação dos últimos 12 meses seria quitado em janeiro, junto com outra medida: a antecipação da data-base.
As propostas foram apresentadas na manhã de terça-feira (26), em uma reunião com 23 deputados da base do governo e o secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra. Sciarra afirmou, ao término da reunião, que o governo estadual fará uma análise das propostas, mas não deu um prazo para o envio do projeto de lei do reajuste à Casa. “Temos interesse que esse assunto seja resolvido o mais rápido possível”, disse. Segundo Sciarra, há disposição do governo estadual em chegar a uma proposta de “forma conjunta”. No fim do dia, a assessoria de imprensa da Casa Civil informou que nesta quarta-feira (27) devem haver novidades sobre os estudos de viabilidade das novas propostas.
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Marlei Fernandes, diretora do Fórum de Entidades Sindicais (FES), disse que não há como avaliar previamente a proposta porque ela sequer foi apresentada aos funcionários públicos. “Não tem como debater com a categoria algo que não foi nos colocado oficialmente.” Ela cita a falta de credibilidade do governo com os servidores como outro impasse para a possibilidade de acordos futuros. “O governo ensaia propostas, mas não nos manda oficialmente.”
A diretora, no entanto, antecipa algumas coisas que poderiam entrar no debate caso essa fosse a proposta apresentada. Ela descarta a possibilidade de uma discussão da antecipação da data-base, por exemplo, o que indica maior dificuldade de um acordo ser costurado em torno da segunda proposta. Já sobre a outra proposta, haveria maior chance de chegar a um acordo, desde que o aumento concedido leve em conta a data-base e o pagamento dos meses retroativos. “Não é de fato a proposta que agrada os servidores. Qualquer proposta de parcelamento tem de ficar no âmbito deste ano e tem de ter a garantia de que se vá pagar o que ficar pendente.”
Agricultura
Na terça-feira (26) mais uma categoria aprovou uma paralisação de dois dias em revelia à possibilidade de o governo do estado conceder um reajuste abaixo da inflação aos servidores. Já são seis setores em greve ou com paralisações agendadas (veja no quadro ao lado), sem contar a greve no judiciário estadual, deflagrada nessa terça. A greve na Seab será por tempo determinado e deverá ocorrer entre 2 e 3 de junho. No dia 8 de junho, após o feriado de Corpus Christie, a categoria se reúne novamente para definir se continua ou não a greve.