Os servidores do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) começaram nesta terça-feira (26) uma greve por tempo indeterminado em todo o estado. O sindicato da categoria diz que ao menos 69 locais que integram o judiciário paranaense tiveram serviços prejudicados ao longo do primeiro dia da paralisação, por causa da adesão dos servidores ao movimento. Na capital, ficaram paralisados o Fórum Criminal, as Varas de Família, os Juizados Especiais e metade das Varas de Fazenda. Em todo o estado há cerca de 7 mil funcionários que compõem a categoria, distribuídos em 160 estabelecimentos judiciários. O TJ-PR não divulgou balanço e não confirmou as informações do sindicato.
José Roberto Pereira, coordenador geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus), defende que a greve foi deflagrada principalmente por falta de diálogo. “Desde o início da gestão [de Paulo Roberto Vasconcelos], em fevereiro, temos tentado diálogo com o presidente para levar problemas enfrentados no judiciário no estado. Queremos abrir uma negociação de fato e que o tribunal assuma compromissos de chegar a soluções a problemas emergenciais.”
Pereira diz que os principais problemas envolvem más condições de trabalho, tanto nos prédios quanto na falta de servidores. Na Vara da Fazenda em Curitiba, segundo ele, há servidores trabalhando em um porão sem janelas, com ventilação inadequada. No Fórum Criminal, mais problemas, de acordo com o dirigente sindicato. “Quando tem luz, falta água. Quando não tem água, tem luz. Já houve invasão de ratos, alagamento nos banheiros com ralos entupidos. Não tinha nem para tomar, os funcionários faziam vaquinha para não passar sede.”
Em nota divulgada nesta terça (26), o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Paulo Roberto Vasconcelos, esclareceu “que atendeu ao Sindijus no dia 18 de maio, antecipando a reunião anteriormente agendada para o dia 25 de maio.” O órgão diz que na ocasião “o Sindicato foi informado que o índice de reajuste dos Servidores do Poder Judiciário seria no percentual de 8,17%, inflação correspondente ao índice integral da inflação do período de 1º de maio de 2014 a 30 de abril de 2015.” O documento cita ainda que “as demais reinvindicações que dependem de impacto financeiro serão estudadas no próximo semestre.”
O TJ-PR não se manifestou sobre o impacto da greve dos servidores nesta terça-feira (26).
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