Escolas com alunos de nível socioeconômico muito alto apresentam uma pontuação média de até 182 pontos superior ao desempenho de colégios que atendem estudantes mais pobres.
Enquanto escolas de nível mais elevado apresentaram nota média de 611 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014, aquelas de nível muito baixo receberam pontuação de 429. O detalhamento das notas de 15.640 escolas de todo o país foi divulgado nesta quarta-feira (5) pelo Ministério da Educação (MEC).
Confira as escolas do Paraná com as melhores notas no Enem 2014
Neste ano, Ministério da Educação divulgará apenas o resultado por áreas de conhecimento, sem fazer um ranking geral de escolas
Leia a matéria completa“Esse talvez seja o indicador mais cruel. Pela simples loteria da condição social da criança e do adolescente, ela pode perder um terço da nota”, disse o ministro Renato Janine (Educação) em coletiva de imprensa. O nível socioeconômico dos alunos passou a ser divulgado no ano passado -a intenção é apontar fatores que influenciam no resultado dos estudantes em sala de aula.
Assim como na edição passada do Enem por escola, o Inep (órgão do MEC responsável pelo Enem) detalhou ainda a formação dos professores da escola. Segundo os dados, as unidades em que até metade dos docentes tem a formação adequada, a pontuação média no Enem chega a 478. Com percentual acima de 50%, a nota sobe para 512 (34 pontos de diferença).
Apesar da menor diferença de resultados, o presidente do Inep, Chico Soares destacou que a formação adequada é o segundo fator de maior influência no desempenho dos alunos -perde apenas para o nível socioeconômico. “Quando a gente alinha muitos fatores o efeito é muito grande. Não vamos resolver o problema da educação com um único fator”, disse.
Média nas objetivas
O MEC destacou avanços na média dos alunos nas provas objetivas -houve queda apenas em matemática. Se em 2013, a pontuação média de alunos de escolas públicas e privadas nessa área foi de 544 pontos, no ano passado, o índice atingido foi de 511 pontos.
O maior salto, em contrapartida, foi verificado em ciências humanas: de 537 pontos em 2013 para 565 no ano passado (28 pontos a mais).
Ao todo, o Enem por Escola este ano contemplou 15.640 unidades, de um total de 26.255 em todo o país. A diferença se deve aos critérios de divulgação: as notas são publicadas somente daquelas que têm ao menos dez alunos participantes da edição 2014 e cuja taxa de participação seja igual ou superior a 50%.
Estaduais
Entre as 100 escolas com melhores médias, a grande maioria são da rede privada -apenas sete são públicas, todas federais. Entre as escolas estaduais, que absorvem o maior número de alunos dessa etapa do ensino, a melhor colocada está na posição 118 do ranking.
Para Eduardo Deschamps, presidente do Consed (conselho que reúne secretários estaduais de educação), o maior financiamento de escolas federais e o uso de processos seletivos para ingresso nesses colégios contribuem para esse resultado.
“Nas estaduais, não necessariamente [tem seleção]”, disse. Ele ponderou ainda que o ranking indica o melhor desempenho no Enem, mas que outro indicador relevante para as públicas é o Ideb, indicador de qualidade da educação básica. “O Enem é uma prova para seleção de acesso à universidade, esse é o principio dele”, afirmou.
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