Dilma Rousseff, presidente do Brasil| Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil

72% dos internautas ouvidos pelo Ibope se disseram a favor das manifestações contra o aumento da tarifa do ônibus. Segundo o instituto, para 94% dos entrevistados,os protestos são legítimos e se justificam.

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Sem falar publicamente desde que as manifestações foram iniciadas, há mais de uma semana, a presidente Dilma Rousseff dedicou os cinco últimos minutos do discurso na cerimônia de lançamento do Código de Mineração, ontem, para avisar que está ao lado da população "no repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público", "ouvindo essas vozes das ruas pela mudança". Com esta fala, Dilma quer evitar que as manifestações que reuniram mais de 230 mil pessoas nas ruas do país, em 12 estados, e passaram a mirar políticos, a atinjam e mostrar que não está descolada dos anseios do Brasil.

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"Quem foi ontem [segunda] às ruas quer mais. As vozes das ruas querem mais cidadania, mais saúde, mais educação, mais transporte, mais oportunidades. Eu quero aqui garantir a vocês que o meu governo também quer mais, e que nós vamos conseguir mais para o nosso país e para o nosso povo", disse. Imediatamente após discursar, ela decolou para São Paulo com o objetivo de se reunir com o padrinho político e conselheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As manifestações populares aconteceram uma semana depois de as pesquisas apontarem uma queda de oito pontos na popularidade de Dilma. Durante a abertura da Copa das Confederações, em Brasília, no último sábado, a presidente ficou desconcertada ao ser vaiada pelo público que lotava o estádio, com capacidade para 70 mil torcedores. Ontem, Dilma disse que "o Brasil hoje acordou mais forte" e que "a grandeza das manifestações de segunda-feira comprovam a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população".