O diretor-geral do Hospital Evangélico, Odair Braun, confirmou na manhã desta quinta-feira (21) que substituiu os funcionários que trabalhavam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que era comandada por Virgínia Soares de Souza, presa na última terça-feira (19) por suspeita de homicídios de pacientes. A declaração foi feita em entrevista ao jornal Bom Dia Paraná, da RPC-TV.
Braun disse que o momento agora é de aguardar as investigações e que o hospital não vai emitir nenhuma opinião sobre as apurações do caso. "Confiamos na qualificação das pessoas que estão conduzindo as investigações, temos certeza que processo está sendo bem conduzido e vamos atender as solicitações que nos forem apresentadas", disse.
O diretor-clínico do Hospital Evangélico, Gilberto Pascolat, também participou da entrevista. Ele disse que não tem nenhuma queixa formal registrada contra a Virgínia e contra sua equipe da UTI. "Como diretor-clínico, todas as queixas da equipe médica e da enfermagem tem que chegar até mim. No tempo que eu estou ali [um ano], e mesmo meu antecessor [que permaneceu no cargo por quatro anos], não tem nada registrado contra ela", relatou.
Afastamento
Mais tarde, o telejornal Paraná TV 1ª edição, da mesma emissora, disse que a médica já tinha sido afastada em 2011. O problema, no entanto, não teria relação com as investigações e teria sido confirmada pelo diretor-geral do hospital. Segundo Braun, a questão estava relacionada a problemas entre membros da equipe.
Sobre os relatos de enfermeiros e outros funcionários do hospital que aparecem nos meios de comunicação, o diretor-geral disse que também há manifestações positivas de pacientes. Braun rebateu as acusações de que pacientes de convênios particulares recebem tratamento diferenciado e minimizou o fato relatando que a UTI na qual Virgínia trabalhava não era destinada a pacientes de convênios particulares.
"É importante ressaltar que esta UTI é uma unidade voltada a pacientes politraumatizados, que são levados pelo Siate, Samu para o Pronto Socorro. No entanto, por uma decisão interna, a maioria dos pacientes de convênio era transferida para a UTI cirúrgica, a cargo de outra chefia médica que tinha sua situação regular frente aos planos. O que eu quero dizer: nesta unidade [da doutora Virgínia] não ficavam muitos pacientes de convênio", disse o diretor antes de reforçar que não vai emitir juízo de valor sobre as investigações.
Averiguação interna
O Hospital Evangélico faz uma apuração interna para verificar a existência de indícios de irregularidades na UTI, segundo o diretor clínico, Gilberto Pascoalat. Segundo ele, a polícia levou sete prontuários para averiguação, mas o documento digital continua disponível no hospital e pode ser analisado pela comissão interna criada para verificar possíveis problemas. Pascoalat não falou em prazos para a conclusão do trabalho.