A Justiça pôs fim, nesta segunda-feira (23) ao impasse entre os motoristas e cobradores de ônibus de Cascavel e as duas empresas que exploram o transporte coletivo da cidade, no Oeste do Paraná. A categoria chegou a paralisar totalmente as atividades na última sexta-feira (20), mas foram obrigados a voltar ao trabalho já no sábado (21) por ordem judicial.
Como empregados e patrões não chegaram a um acordo, ocorreu o julgamento de um dissídio coletivo para colocar fim ao impasse. O desembargador que decidiu sobre o caso foi Altino Pedrozo dos Santos, que é presidente do Tribunal Regional do Trabalho no Paraná (TRT-PR). Entre os detalhes que ficaram acertados está o reajuste de 8% nos salários dos funcionários, vale alimentação de R$ 130 em dezembro e de R$ 150 a partir de junho de 2014.
Entre os pontos decididos por Santos está também a redução do intervalo dentro de uma jornada de trabalho e a reintegração ao quadro de funcionários de dois empregados que tinham sido demitidos. Completam as determinações itens como não desconto para os dias parados e renovação de cláusulas sociais em contratos anteriores.
Relembre o caso
A negociação ocorre desde novembro, mas o caso passou a ter mais evidência a partir da última quinta-feira (19). Na ocasião, foram encerradas as negociações e os motoristas e cobradores avisaram que entrariam em greve na sexta (20). Os trabalhadores exigiam 17% de reposição salarial, mas baixaram o percentual para 10%. As empresas, por sua vez, ofereceram no máximo 7%.
Na sexta-feira, toda a frota de ônibus das duas empresas que operam o sistema de transporte público ficou retida nos pátios. O presidente do sindicato, Nelson Mendes de Borba, disse na ocasião que 30% da frota iria circular, mas alegou que as empresas não forneceram a planilha de horários e itinerários para que eles pudessem controlar a saída dos veículos.
A greve do transporte coletivo em Cascavel durou 24 horas, já que na manhã de sábado (21) todos os ônibus do sistema de transporte público voltaram a circular normalmente. A Justiça ordenou que 70% dos veículos voltassem a operar nos horários de pico e 50% nos demais horários. A multa pelo descumprimento da liminar foi fixada em R$ 100 mil por dia. Nessa decisão também ficou acertado que seria julgado um dissídio coletivo, cujo resultado saiu nesta segunda (23) e acabou com o impasse.