O Brasil registrou, em dez anos, queda de 27% no índice de Vulnerabilidade Social (IVS), segundo estudo divulgado nesta terça-feira (1º), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O indicador que mede a exclusão social na população brasileira caiu de 0,446, em 2000, para 0,362 em 2010. Com o resultado, o Brasil não é considerado mais um país de alta vulnerabilidade social, mas média.
No entanto, o estudo mostra que o Brasil continua com um quadro de “disparidades regionais”, com as regiões Norte e Nordeste concentrando a maior parte dos municípios de alta vulnerabilidade social, nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Maranhão, Alagoas e Pernambuco. Na região Norte, nenhum município apresenta índice muito baixo de vulnerabilidade.
O índice é construído a partir de indicadores do Atlas do Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil e dá destaque a diferentes situações indicativas de exclusão e vulnerabilidade social. O indicador reúne 16 parâmetros, que podem ser divididos em três áreas: infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho. O levantamento foi feito nos 5.565 municípios brasileiros.
Em dez anos, o número de municípios brasileiros com alta ou muito alta vulnerabilidade social caiu de 3.610 para 1.981. Em 2000, 64% das cidades estavam nas faixas de alta ou muita alta vulnerabilidade. Em 2010, esse porcentual caiu para 35%.
De acordo com o Ipea, a melhora nos índices foi maior em estados das regiões Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul), Norte (Tocantins) e Nordeste (com destaque para o sul da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e leste de Pernambuco).