Após uma manhã de negociações, a direção da Assembleia Legislativa do Paraná liberou por um breve período de tempo o acesso dos professores ao plenário da Casa. Em grupos de dez, os grevistas foram conduzidos para o interior da Casa após preencherem um cadastro, com nome e número do documento de identidade. Segundo sindicalistas, um acordo para o acesso de mais 300 professores no plenário foi fechado entre a APP-Sindicato e a presidência da Assembleia. No entanto, o processo iniciado por volta das 15h15 foi interrompido por volta das 15h40, após a entrada de 50 professores.
Embora a sessão da Assembleia que dará início ao trâmite do "pacotaço" do governo do Paraná tenha começado às 14 horas, os manifestantes só foram liberados para entrar por volta das 15h15. Até as 14h50 desta segunda-feira (9), os professores da rede estadual de ensino, em greve desde o início do dia, ainda lutavam para entrar no plenário da Assembleia Legislativa e acompanhar a votação. A demora gerou irritação nos manifestantes, que gritavam pela liberação dos portões. "Eles querem nos cansar debaixo do sol para que a gente desista", disse o professor Cleber Mendes, um dos que aguardavam do lado de fora da Casa para acompanhar a sessão.
Os portões da Assembleia foram fechados hoje por volta das 9 horas da manhã, quando cerca de 80 professores já haviam entrado no local para acompanhar uma audiência pública que discutiria a previdência, mas que acabou sendo cancelada.
Fotógrafos da Gazeta do Povo, que foram até a Assembleia para acompanhar a sessão, foram barrados e só tiveram a entrada liberada após contato da redação com a Casa. Por redes sociais, outros jornalistas relataram dificuldades de acesso.
A reportagem teve acesso à galeria onde os professores estão concentrados e pôde constatar que ainda há muitos lugares vazios. A outra galeria da casa, secundária, está fechada.
Greve e protesto
Uma manifestação que reúne cerca de cinco mil pessoas, na estimativa da APP-Sindicato, protesta contra um "pacotaço" de medidas de austeridade enviado pelo governo do estado à Assembleia e que pretende, entre outros, retirar benefícios do funcionalismo público.
Os professores estão em greve desde esta segunda-feira para manifestar repúdio, além dos projetos do "pacotaço", a uma crise generalizada nas escolas do estado. Entre os problemas está o atraso no pagamento de profissionais temporários (os chamados PSS), falta de repasse de verbas do fundo rotativo e a demissão de funcionários do apoio escolar (limpeza, merenda, administrativo etc).