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Colégio Estadual Paulo Freire, em Foz do Iguaçu, durante a ocupação | Reprodução/Ocupa Foz
Colégio Estadual Paulo Freire, em Foz do Iguaçu, durante a ocupação| Foto: Reprodução/Ocupa Foz

Assim como em Curitiba, onde um acordo foi encaminhado para desocupar 24 escolas que tinham ordem de reintegração de posse, estabelecimentos de ensino da rede estadual nas regiões de Londrina (Norte), Ponta Grossa (Campos Gerais) e Foz do Iguaçu (Oeste) também estão sendo retomados gradualmente pelo governo do estado. Os alunos, que chegaram o ocupar mais de 700 escolas em todo o Paraná, protestam contra a reforma do ensino médio do governo Temer, que foi encaminhada via Medida Provisória (MP), e também contra a PEC 241, que linita .

No Núcleo Regional de Foz, por exemplo, apenas oito das 65 escolas ocupadas no auge do movimento ainda estavam sob poder dos alunos até esta manhã de sexta-feira (28) - duas ficam em São Miguel do Iguaçu e seis em Medianeira. As sete escolas ainda com protesto em Foz foram desocupadas na quinta-feira (27), após decisão do juiz da 2ª Vara da Fazenda de Foz do Iguaçu, Wendel Fernando Brunieri, que também valeu para os colégios de Santa Terezinha de Itaipu.

Segundo a assessora de imprensa do Movimento Ocupa Foz, Maria Cristina de Nadai, o processo foi pacífico e não houve o registro de conflitos, apesar do clima de pressão gerado por alguns diretores. “Entramos com um recurso para anular a reintegração, mas não vamos reocupar enquanto isso for fora da lei”, explica. Em Foz, das 31 escolas estaduais, 23 chegaram a ser ocupadas durante o movimento.

Para os próximos dias, o movimento está organizando dois atos: neste sábado (29), às 10 horas, após concentração no Terminal de Transporte Urbano (TTU), o grupo segue em passeata até a Praça do Mitre, na área central da cidade; já na terça-feira (1º), às 16h30, uma vigília será realizada em memória do estudante morto no Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba.

Conselheiros tutelares são ameaçados em Londrina

Na segunda maior cidade do estado, Londrina, o auge do movimento dos estudantes foi atingido com a ocupação de 29 escolas. Destas, 18 já tiveram ordens de reintegração de posse expedidas, sendo 17 apenas nesta semana. Em todos os casos, segundo apurou a Gazeta do Povo, os alunos do movimento deixaram os estabelecimentos de forma pacífica e sem incidentes. Sendo assim, 11 escolas permanecem sob controle dos alunos na cidade.

Em Londrina, a atuação de conselheiros tutelares nas ocupações acabou gerando ameaças. O episódio teria começado com a ação deles para barrar a entrada de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) em uma escola ocupada no Centro da cidade. O que se seguiu foram ataques aos conselheiros em redes sociais, um post em blog chamando a instituição de “comitê comunista” e um e-mail com a mensagem “se preparem, vamos revidar”, enviado de forma anônima na última terça-feira (25).

Segundo relatos de uma conselheira tutelar, que não quis se identificar, na semana passada carros do Conselho Tutelar foram depredados. Ainda não é possível estabelecer uma relação entre as ameaças e a depredação dos veículos. Foi registrado um boletim de ocorrência, mas ainda não foi identificada a autoria das ameaças.

A reportagem procurou representantes do MBL para comentar o assunto, mas eles não responderam ao pedido de entrevista.

Três últimas escolas ocupadas são liberadas em Ponta Grossa

Na tarde desta sexta-feira, as últimas três escolas ocupadas em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, foram liberadas pelos estudantes. Segundo o Núcleo Regional de Educação (NRE), na quinta, o Colégio Estadual Polivalente, Centro Estadual de Educação Profissional de Ponta Grossa (CEEP) e o Colégio Estadual Colônia Dona Luíza receberam a notificação judicial e nesta sexta encerrou o prazo de 24 horas para os estudantes deixarem os prédios.

O pedido de reintegração de posse nesses e em outros 18 colégios estaduais da cidade foi feito pela Procuradoria Geral do Estado do Paraná e aceito pela Justiça na segunda-feira (24), que reuniu uma comissão com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), Defensoria Pública, Ministério Público e Conselho Tutelar. Na cidade, metade das 50 escolas estaduais da cidade chegou a ser ocupada.

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