O agente penitenciário Carlos Alberto Pereira, de 52 anos, assassinado a tiros na tarde de terça-feira (4) , em frente de casa, no bairro Fazendinha, em Curitiba, não vinha sofrendo nenhum tipo de ameaça. É o que disseram à polícia familiares da vítima, que prestaram depoimento nesta quinta-feira (6).
O delegado da Delegacia de Homicídios (DH), Rafael Vianna, responsável pelas investigações, informou que "várias" pessoas foram ouvidas, entre elas a mulher, filhos e um cunhado do agente penitenciário. "Eles revelaram que a vítima tinha mencionado nada relativo a ameaças", disse o delegado. "Temos várias linhas de investigação, mas que não podem ser reveladas para que o trabalho policial não seja comprometido", acrescentou.
Pereira foi executado por volta das 18h20 de terça-feira, quando pintava o portão da casa em que morava. De acordo com a DH, ele foi surpreendido por um homem encapuzado que abriu fogo contra ele. O agente penitenciário foi atingido por dois tiros na cabeça, um no tórax e morreu no local. A polícia apurou que o assassino havia estacionado um carro próximo à residência de Pereira e, depois de cometer o crime, fugiu no veículo.
Repercussão na categoria
Às 17 horas de quarta-feira (5), Pereira foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Portão, em Curitiba. Após a cerimônia, agentes penitenciários que acompanharam o enterro do colega fizeram uma manifestação, reivindicando o direito de portar armas de fogo fora do horário de trabalho. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Antony Johnson, oito agentes foram assassinados no estado nos últimos dois anos. "As ameaças que sofremos diariamente no interior das unidades penais estão se realizando. Precisamos de apoio, precisamos do porte de arma. Não queremos usá-las dentro das penitenciárias, mas fora, para se defender", disse.
Em protesto à morte do colega, os 500 agentes penitenciários que estavam na escala de trabalho na capital e na RMC chegaram a suspender as rotinas dentro das unidades, nesta quinta-feira. Eles estiveram nos postos de trabalho para cuidar dos presos, mas não houve movimentação - como banho de sol e atendimento - em nenhum presídio da região.
A situação foi normalizada no período da tarde, depois que representantes da categoria foram recebidos secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes e puderam apresentar a ela as reivindicações da categoria no que diz respeito à medidas de segurança.