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Não há previsão para que as famílias deixem a quadra de esportes da escola municipal Henrique de Souza, em Piraquara | Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Não há previsão para que as famílias deixem a quadra de esportes da escola municipal Henrique de Souza, em Piraquara| Foto: Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Cerca de 70 famílias que estavam na área de proteção ambiental desocupada na última semana, no bairro Guarituba, em Piraquara, região metropolitana, vão continuar abrigadas na quadra de esportes da Escola Municipal Henrique de Souza. Ainda não existe uma data definida para que as pessoas deixem o local.

Uma reunião entre moradores e representantes da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e da Prefeitura foi realizada na tarde desta terça-feira (7). Foi definido que a Cohapar vai cadastrar todas as famílias que estão morando provisoriamente na escola. "O objetivo é, com esse cadastro em mãos, procurar o Ministério das Cidades para que eles disponibilizem recursos para obter locais que possam abrigar essas pessoas", disse o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha.

No próximo dia 13, o prefeito e funcionários da Cohapar devem se reunir com a secretaria nacional de Habitação, Inês Magalhães, para tratar do problema. No entanto, um eventual terreno para as famílias não deve ser oferecido em Piraquara. "Hoje, o município não tem áreas para oferecer a essas pessoas", afirma Samaha.

Estrutura

Inicialmente, as famílias tinham até o último domingo (5) para sair da escola, mas o prazo foi prorrogado por tempo indeterminado. A prefeitura forneceu cestas básicas e dois banheiros químicos para os desalojados, no entanto, não há chuveiro no local. Os moradores utilizam uma cozinha comunitária e amontoaram os móveis que sobraram da área desocupada.

A Escola Municipal Henrique de Souza recebe cerca de 800 alunos. As aulas no local estão sendo realizadas normalmente nesta semana. O término do ano letivo é previsto para o próximo dia 20. As famílias que estão na quadra e os alunos da escola são separados por um muro. O portão da quadra fica trancado e cinco vigias cedidos pela prefeitura fazem a segurança do local dia e noite.

Desocupação

O trabalho de desocupação na área do Guarituba foi coordenado pela Polícia militar (PM) e, começou na quinta-feira (2). Cerca de mil policiais e 110 viaturas foram deslocados para o local. As autoridades cumpriram uma ordem de reintegração de posse determinada pela juíza Diocélia da Graça Mesquita Fávaro. Três pessoas acabaram presas e a retirada foi concluída na sexta-feira (3).

Invasão

A invasão no Guarituba foi iniciada com cerca de 100 famílias no feriado de Nossa Senhora Aparecida, em outubro, e triplicou de tamanho em um mês. Cerca de 350 famílias viviam nos terrenos irregularmente ocupados.

A área invadida tem restrição para ocupação porque é uma zona de mananciais que concentra 70% da água potável consumida por Curitiba. A área também é considerada de preservação permanente e vários dos lotes são de propriedade privada.

Confira as imagens da desocupação:

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