Cerca 50 das 350 famílias que viviam na área de proteção ambiental desocupada nesta quinta-feira (2) no bairro Guarituba, em Piraquara, estão com o destino incerto. As 50 famílias não têm para onde ir e foram abrigadas provisoriamente na Escola Municipal Henrique de Souza. O prazo para que elas permaneçam no local, porém, termina no próximo domingo (5).
De acordo com o prefeito de Piraquara, Gabriel Jorge Samaha, o município não tem muitas opções para abrigar estas famílias. "Infelizmente não temos área disponível para abrigar estas famílias, principalmente porque Piraquara é um município com 93% do território protegido por ser de reserva natural", explicou.
Na próxima segunda-feira (7), uma reunião entre prefeitura e representantes da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) deve buscar soluções para as famílias que ainda continuam na escola Henrique de Souza. Segundo o prefeito, elas vão ter que deixar o local na próxima semana porque as aulas de 800 alunos, que foram suspensas nesta sexta-feira (3) precisam ser retomadas.
O primeiro passo será checar quais destas famílias já estão incluídas no programa que vai construir 803 casas populares no município. Caso alguma delas esteja em situação de risco e não tenha feito o cadastro no programa, Samaha disse que serão avaliadas as possibilidades desta família receber o benefício. Mesmo assim, o prefeito admite que elas podem não ter para onde ir em um primeiro momento, já que as moradias populares ainda estão em fase de construção.Balanço final
Segundo o comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar (PM), tenente-coronel Washington Lee Abe, a operação de desocupação da área terminou por volta das 17h desta sexta-feira. "O saldo da operação é positivo, tivemos apenas pequenos incidentes e cumprimos nossa determinação que era realizar a reintegração de posse", avalia Lee.
Ao todo, mil policiais estiveram envolvidos na operação. Três pessoas foram presas. Uma delas é Antônio de Jesus, conhecido como Lula, e um dos líderes do movimento que invadiu a área. Ele foi detido por desobediência, resistência e obstrução à Justiça, além de crime ambiental e recebeu uma autuação de R$ 45 mil da Força Verde. As outras pessoas presas não tiveram as identidades divulgadas. Uma seria foragida da Justiça de Colombo, enquanto outra teria apresentado resistência para desocupar a região.
A partir de agora, os policiais vão continuar no local apenas por questões de segurança, para evitar que os invasores voltem a ocupar a área.
Operação
O trabalho de desocupação, coordenado pela PM, foi iniciado na manhã desta quinta-feira (2). Cerca de mil policiais e 110 viaturas foram deslocados para o local. As autoridades cumpriram uma ordem de reintegração de posse determinada pela juíza Diocélia da Graça Mesquita Fávaro.
InvasãoA invasão no Guarituba foi iniciada com cerca de 100 famílias no feriado de Nossa Senhora Aparecida, em outubro, e triplicou de tamanho em um mês. Cerca de 350 famílias viviam nos terrenos irregularmente ocupados.
A área invadida tem restrição para ocupação porque é uma zona de mananciais que concentra 70% da água potável consumida por Curitiba. A área também é considerada de preservação permanente e vários dos lotes são de propriedade privada.
A justiça já havia determinado a desocupação da área e aguardava o cumprimento da reintegração de posse.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião