O governador de Roraima, Anchieta Júnior (PSDB), e o líder dos arrozeiros Paulo César Quartiero, prefeito de Pacaraima pelo DEM viajaram nesta terça-feira (26) para Brasília, onde assistem amanhã ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol. Lideranças do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que defende a manutenção dos limites atuais da reserva, também acompanham o caso na capital do País.

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A véspera do julgamento registrou sinais de tensão em Boa Vista. Cerca de 500 índios, trabalhadores rurais sem-terra e sem-teto bloquearam por quase três horas a BR-174, no sentido norte, impedindo o tráfego de veículos para a Venezuela e para a Vila Surumu, principal acesso para a Raposa Serra do Sol.

O protesto foi contra a revisão da demarcação contínua da terra indígena e pela desapropriação de uma fazenda às margens da BR-174. A Polícia Rodoviária Federal considerou a manifestação pacífica, mas uma pessoa foi detida após furar o bloqueio e invadir a pista onde estavam os manifestantes. O organizador do protesto, Frei Messias, disse que o grupo fará nova manifestação amanhã durante o julgamento, na Praça do Centro Cívico, onde ficam as sedes dos três Poderes do Estado.

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Já em Surumu, principal foco dos conflitos, não houve incidentes embora 500 índios tenham chegado de outras comunidades para acompanhar o julgamento. Eles também se aproximam das fazendas de arroz. As ameaças de invasão levaram os arrozeiros a protocolar documento na Polícia Federal (PF) pedindo o cumprimento de liminar dada pelo STF em abril. Na decisão, o ministro Carlos Ayres Britto determina a preservação dos imóveis até decisão posterior.

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