Comec também reajusta tarifa de ônibus não integrados
Assim como as linhas metropolitanas da Rede Integrada de Transporte (RIT), também terão reajuste a partir da meia noite de domingo (8) as tarifas cobradas dos passageiros dos ônibus não integrados. Muitos desses ônibus vêm das cidades da Região Metropolitana de Curitiba e param no Terminal Guadalupe e na Praça Dezenove de Dezembro, no Centro de Curitiba.
Segundo a Comec, como as tarifas são diferenciadas, foi necessário um estudo para definir os valores com base nas distâncias percorridas, carregamento de passageiros e equilíbrio econômico-financeiro das linhas por empresa.
A tabela com os novos valores está disponível neste link. Algumas linhas possuem o mesmo preço de tarifa cobrado na RIT, apesar de não pertencerem ao sistema integrado.
Além das linhas do transporte coletivo, foi também reajustada a tarifa do ônibus Executivo Aeroporto, que subiu de R$ 12 para R$ 13.
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Os usuários do transporte coletivo metropolitano vão pagar a mesma tarifa de Curitiba: R$ 3,30 (para quem paga em dinheiro, pois com cartão é R$ 3,15). O governo estadual anunciou a novo valor na tarde desta sexta-feira (06). O novo valor será cobrado a partir da zero hora de domingo (08)
Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o governador Beto Richa (PSDB) confirmou que a integração metropolitana passará por uma 'otimização' e que o subsídio do estado cairá 50%, de R$ 6 milhões para R$ 3 milhões por mês.
"Na verdade, nunca houve subsídio. O Luciano [Ducci] teve. Depois tivemos mais dois anos de subsídio. Recomendamos que haveria uma decisão mais técnica e precisa para tirar do campo política essa questão. O estudo da Fipe mostrou, de fato, que o subsídio estava muito acima do que era necessário pelo número de usuários da região metropolitana", disse Beto Richa.
O governador confirmou que o sistema está desintegrado financeiramente, mas que esta decisão foi do prefeito Gustavo Fruet. "Agora, com essa desintegração do prefeito [Fruet], a gente assume e comprova que o subsídio era mais do que suficiente para os usuários da região metropolitano. Acabamos com esse problema. Sempre foi uma responsabilidade da prefeitura e agora ela desintegrou o sistema de Curitiba com os demais municípios".
Richa voltou a destacar que, além do subsídio, o estado beneficia o sistema com a desoneração do ICMS do óleo diesel e questionou um item específico da planilha que define a tarifa. "Só não sei se a taxa de 4% [de administração] da Urbs continua [na tarifa]", questionou.
Segundo Richa, a ideia é otimizar essas linhas para, daqui três meses, reduzir o subsídio do estado em até 10%. Ao longo do período, linhas mais onerosas poderão ser extintas e outras terão os itinerários alterados.
Apesar disso, o governador garante a integração do sistema entre região metropolitana e Curitiba. "Algumas medidas mais urgentes serão adotadas nos primeiros três meses. São os casos das linhas sobrepostas. Na próxima semana teremos anúncios de plataformas de embarques e substituição de linhas sobrepostas. Outras somente serão possíveis após a licitação do sistema metropolitano, que trará uma solução mais definitiva e está sendo estudada com base nos levantamentos da Fipe", disse o presidente da Comec, Omar Akel.
Presidente da Urbs contesta números de subsídio apresentado pelo governo
O presidente da Urbs, Roberto Gregório, disse que a instituição ainda não teve acesso a todo o conteúdo de decisões do governo do estado para o aumento da tarifa na Região Metropolitana, mas que o anúncio de subsídio em R$ 3 milhões de subsídio estaria aquém do necessário. Gregório ponderou que, com base na pesquisa feita pela Fipe sobre origem e destino, "os números apresentados pelo governo não estão sustentados na pesquisa". Ele diz que seria necessário um subsídio em torno de R$ 8 milhões, conforme a pesquisa da Fipe.
Gregório diz que ainda não tem os detalhes sobre a otimização das linhas metropolitanas - que, segundo o governo, seria a eliminação de linhas sobrepostas, o que faria ônibus metropolitanos pararem em terminais mais próximos dos municípios. Ele opina que isso poderia resultar numa baixa qualidade no transporte. "O papel da Urbs sempre foi de apoio a Comec e eles (governo) estavam de acordo [em manter essas linhas]. Não sei se pela decisão de apertar os cintos o governo acha melhor, agora, diminuir a qualidade do sistema", diz.
Segundo o presidente também indefinição sobre a bilhetagem. Na capital, o valor que vem do passageiro vai para o Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) para depois ir para as empresas. "Defendo que o estado administre o dinheiro. Essa otimização poderia resultar na privatização disso. O dinheiro iria direto para as empresas", afirma.
No termo de encerramento do convênio entre Urbs e Comec ficou previsto que, na transição de administração das linhas metropolitanas de uma entidade para a outra, a Urbs permaneceria com toda a equipe e estrutura para atender a RMC na fiscalização e repasse do dinheiro para as empresas do transporte. A Comec deverá, segundo Gregório, definir como fará a fiscalização e repasse do dinheiro.
Sobre a declaração de Richa a respeito dos 4% de taxa de administração na tarifa técnica, Gregório diz que isso é necessário por causa dos custos para a fiscalização e vistoria em empresas e veículos. "A não ser que agora o governo tenha interesse em privatizar isso e deixar com as próprias empresas. Não me parece adequado as empresas se auto fiscalizarem", pondera.
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