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Os policiais militares da Bahia encerraram, na noite deste sábado (11), a greve da categoria, que já durava 12 dias. A paralisação desatou uma onda de violência que deixou um saldo de 157 mortos. O fim do movimento grevista foi selado após uma assembleia iniciada pela tarde. No Rio de Janeiro, a Polícia Civil também abandonou a paralisação, enfraquecendo o movimento.
O último foco de resistência foi debelado", disse por telefone à Reuters o secretário de Comunicação Social do governo da Bahia, Robinson Almeida, acrescentando que uma assembleia com cerca de 400 participantes decidira pelo retorno ao trabalho. Para a PM da Bahia, a paralisação já havia terminado na prática na véspera, sendo que no sábado mais de 90% do policiais militares já estavam na ativa. Mais de 3 mil homens das Forças Armadas, da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública foram enviados às ruas da Bahia para manter a ordem durante a greve, que era apoiada por cerca de 20 por cento dos 31 mil policiais militares, segundo estimativas da PM baiana.
No Rio de Janeiro, greve foi reduzida
A Polícia Civil do Rio de Janeiro suspendeu, na noite deste sábado, sua participação no movimento grevista dos profissionais de segurança pública, anunciado na última quinta-feira (9). O comunicado foi feito pelo diretor jurídico do Sindicato da Polícia Civil do estado, Francisco Chao. "Não estamos cancelando a greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15), avaliar os fatos que ocorreram até agora e deliberar sobre as próximas ações", explicou.
De acordo com o sindicalista, a decisão foi baseada em dois motivos. Um deles seria o temor de que pudesse haver ações de bandidos, por conta da paralisação. A outra razão, segundo o diretor, seria a baixa adesão ao movimento. "As ruas estão cheias de viaturas da PM [Polícia Militar] e é difícil acreditar em movimento reivindicatório sem adesão".
As autoridades agiram rapidamente para sufocar o movimento grevista e em poucas horas prenderam 17 policiais, entre os quais estão dez dos 11 líderes da greve, todos com mandados de prisão decretados. O governador Sérgio Cabral assinou um decreto para acelerar os processos diciplinares e sancionar mais rápido os oficiais que aderiram à greve: 129 policiais e 123 bombeiros serão submetidos a processos administrativos por faltar ao trabalho.
As paralisações do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar (PM) no Rio de Janeiro, no entanto, estão mantidas. Segundo a mulher de um dos líderes do movimento (e que está preso deste quarta-feira) Cristiane Daciolo, no domingo (12), haverá um ato de repúdio às prisões, seguido de uma assembleia que definirá os rumos da greve. Além do marido dela, o cabo Benevenuto Daciolo, outros 15 bombeiros foram detidos.