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Greve de ônibus continua em Curitiba e RMC nesta terça-feira

Transporte alternativo continua caso os ônibus não cumpram a determinação da Justiça | Antonio More/Gazeta do Povo
Transporte alternativo continua caso os ônibus não cumpram a determinação da Justiça (Foto: Antonio More/Gazeta do Povo)

Motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e região metropolitana decidiram manter a greve do transporte público nesta terça-feira (26) até que seja pago o adiantamento salarial em atraso.

Com a decisão da categoria, o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná determinou que o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Curitiba e Região (Setransp) e o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) garantam a circulação da frota mínima nesta terça-feira (27).

A frota deverá ser de 70% nos horários de pico (entre 5 e 9 horas e 17 e 21 horas) e 50% nos demais horários.

O desembargador Luiz Eduardo Gunther também exigiu que o Governo do Estado, as empresas do transporte coletivo e a Urbs apresentem até as 14h30 desta terça-feira (27), quando haverá uma nova reunião de conciliação, um plano para quitar os pagamentos em aberto.

A greve de ônibus começou a zero hora desta segunda-feira (26) devido ao atraso no pagamento dos vales quinzenais.

Os repasses aos trabalhadores não foram feitos, segundo as empresas, porque a Urbs não saldou uma dívida de R$ 16,5 milhões. Por sua vez, a Urbs alega não ter como honrar a despesa até que a Comec volte a pagar o subsídio para a manutenção da rede integrada, interrompido pelo governo do estado em outubro de 2014. Já a Comec diz não poder voltar a pagar a subvenção mensal até que seja feito um novo convênio.

Por mais de duas horas, Urbs, Comec, Setransp e Sindimoc estiveram reunidos em uma audiência de conciliação no TRT-PR nesta segunda-feira.

A audiência se transformou em uma discussão sobre os subsídios atrasados do Governo do Estado à Urbs. Um dos advogados da Comec, Raul Siqueira, disse que haverá reuniões entre a Casa Civil e a Secretaria Estadual da Fazenda para definir a forma de pagamento da dívida de quase R$ 16 milhões. Mas alega que a definição não sai antes de quarta-feira (28). Na reunião, ele propôs que a dívida dos últimos três meses seja parcelada em sete vezes.

Contratempos

A segunda-feira sem ônibus foi um caos. A faxineira Lourdes da Silva, 51 anos, e a cozinheira Ana Francisca, 50, esperaram mais de uma hora no fim da tarde desta segunda-feira (26) para voltar para Campo Largo, onde moram. "É horrível a greve. A gente vem para o trabalho e passa o dia pensando em como voltar", desabafa Ana. Já a supervisora de uma escola da região do Hauer, Sueli Prestes, 42 anos, vai ter que esperar a carona do marido que só poderá chegar às 21h. "Eu moro no Centenário. Meu marido é auxiliar administrativo, mas teve que ajudar a fazer entregas na empresa que trabalha e só vai chegar nesse horário. Eu só posso esperar porque não tem lotação para lá", disse.

Vários estabelecimentos comerciais nos arredores do Guadalupe e do Calçadão da XV não abriram as portas. "Em um dia normal, com liquidação, a loja estaria cheia neste horário. Hoje não tem ninguém, só um ou outro olhando", lamenta Marlene do Rocio, gerente de uma das lojas Savina, na XV. "Veio só um funcionário, tivemos que emprestar pessoal das outras duas unidades. Mas não compensa buscar, tem gente que mora na Fazenda Rio Grande, Almirante Tamandaré, para levar depois dificulta." Ela não sabe calcular o prejuízo financeiro, mas garante que é "bastante".

O gerente da loja de móveis em frente ao terminal da Vila Hauer, Alessandro Assunção, 37 anos, reclamou. "Essa greve está judiando da gente. Nós dependemos do movimento do terminal", declarou.

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estavam quase vazias durante a tarde, como constatou a reportagem. "Normalmente é lotado dia e noite", disse uma funcionária.

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