O prefeito de São Paulo Fernando Haddad disse na noite de hoje (13) que não vai mudar o percentual de reajuste nas passagens dos ônibus de São Paulo, que passaram de R$ 3 para RS 3,20. "Havíamos nos comprometido a dar um reajuste muito abaixo da inflação. Se fosse dada a inflação, o valor da tarifa seria muito maior do que foi dado no momento. Então, o valor será mantido porque já está muito abaixo da inflação acumulada", disse o prefeito, em entrevista à imprensa.
Perguntado sobre o que achava dos protestos contra o aumento das tarifas, Haddad respondeu que, apesar de respeitar os manifestantes, repudia a forma violenta como os protestos vêm acontecendo em São Paulo. "Tenho muito apreço pela democracia e considero legítima toda e qualquer forma de manifestação e expressão. O que a cidade repudia é a violência. São Paulo está acostumada com manifestações. O que a cidade não aceita é a forma violenta de se manifestar e se expressar. Com isso [violência], a cidade não compactua", declarou.
O prefeito informou que chegou a abrir um canal de diálogo com os manifestantes, mas o movimento recusou. "No primeiro dia abrimos as portas, e o diálogo foi recusado por parte dos manifestantes. E, depois, todos conhecem a história". De acordo com Haddad, falta liderança e organização aos manifestantes. "Não vejo coordenação nesse movimento. Eles próprios dizem: eles não se coordenam, não há lideranças, não há responsáveis. Ninguém se apresenta como responsável pelo que está acontecendo".
O prefeito disse ainda que pretende manter os compromissos que assumiu com a população durante a sua eleição: reajuste do ônibus abaixo da inflação, a criação do bilhete único mensal e criar corredores e faixas exclusivas de ônibus. "É isto que está previsto no meu programa de governo e é isto que será feito", declarou.
O quarto dia de protestos contra o aumento das passagens de ônibus, trens e metrô começou na noite de hoje (13) com uma concentração em frente ao Theatro Municipal e seguia de tensa, mas pacífica, até chegar à Rua da Consolação, onde os policiais militares começaram a reprimir a caminhada, lançando bombas de gás e disparando balas de borracha para impedir que os manifestantes subissem a Rua da Consolação na direção da Avenida Paulista. A partir daí ocorreram vários confrontos. Apesar de dispersos, parte deles prossegue com a caminhada, seguindo pela Rua Augusta no sentido da Paulista.
Até as 19h30, a Polícia Militar informou que 41 pessoas foram detidas durante a manifestação. Parte delas encaminhada para o 78º Distrito Policial.
- Manifestação contra aumento do ônibus em Porto Alegre tem atos de vandalismo
- Repórter é baleada no olho com bala de borracha em SP
- Curitiba tem ato pacífico contra aumento das passagens de ônibus
- Polícia Federal acompanha protestos em São Paulo
- SP vira praça de guerra no quarto dia de protestos
- Comércio de SP fecha portas antes de ato contra tarifa
- Governador diz que não é possível reduzir valor de passagem em São Paulo
- Câmeras ajudarão a identificar manifestantes em SP
- Comércio do centro de SP deve baixar portas às 15 horas
- Movimento Passe Livre convoca novo protesto para as 17h em São Paulo