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Problemas na gestão

Hospital Municipal de Araucária retoma parcialmente atendimentos

Depois de permanecer seis dias com as portas fechadas, o Hospital Municipal de Araucária (HMA) voltou a prestar atendimento nesta sexta-feira (8).

A prefeitura do município, que fica na região metropolitana de Curitiba, anunciou o fechamento por tempo indeterminado da instituição de saúde no sábado passado (2), alegando a impossibilidade de viabilizar o atendimento integral aos pacientes depois do rompimento do contrato com a empresa responsável pela gestão do hospital.

A reabertura, contudo, ainda não contempla 100% das áreas da instituição. Segundo informações da prefeitura, neste primeiro momento será retomado o atendimento da maternidade, obstetrícia, no setor clínico que atende as consultas eletivas, UTI e na pediatria. Portanto, o pronto socorro permanece fora de funcionamento. O retorno completo dos atendimentos deve acontecer nos próximos dias.

Nesta manhã, o hospital reabriu com 330 funcionários e aproximadamente 100 médicos. A prefeitura informou que o quadro deve mudar ao longo do dia, pois muitos dos profissionais contratados pela gestão anterior ainda estão em processo de regularização pela nova empresa, que assumiu o HMA no dia 23 de julho. Antes das demissões geradas pelo fim do contrato com a empresa anterior, atuavam no hospital 123 médicos e 430 funcionários.

A assessoria de imprensa da prefeitura de Araucária disse que não há como levantar a quantidade de atendimentos que deixaram de ser feitos no tempo em que o HMA deixou de atender a população, pois o número de pacientes que frequenta o local é muito variável. Mensalmente, são atendidas no hospital cerca de duas mil pessoas.

Reflexo de má gestão seria a causa do fechamento

Segundo a prefeitura de Araucária, os problemas no hospital começaram há pelo menos cinco meses, quando parte dos 123 médicos que atuavam no local deixaram de receber os salários da empresa Pró Saúde, que então gerenciava o estabelecimento. Desde então, começaram também a faltar medicamentos, insumos, e alimentos para os pacientes, tornando o atendimento precário.

Na semana passada, a Pró Saúde, empresa acusada de má gestão pela administração de Araucária, informou à Gazeta do Povo que o motivo da falta de recursos para manter o funcionamento do HMA em "ordem" foi uma despesa não prevista no contrato com a prefeitura. Segundo a empresa, a abertura de um pronto socorro no local teve de ser custeada pela Pró Saúde, sendo que os repasses feitos continuaram o mesmo. Na ocasião a Pró Saúde disse ainda que desde 2012, 22 processos administrativos foram protocolados na prefeitura pedindo o aumento nos repasses para manter o equilíbrio financeiro e econômico do contrato, o que não foi atendido.

A administração municipal nega a falta de repasses. "A prefeitura estava realizando rigorosamente em dia o pagamento mensal de R$ 2.8 milhões por mês para a gestora", disse em nota a assessoria de imprensa da prefeitura.

Mesmo com o rompimento do contrato com a Pró Saúde e com a contratação de uma nova empresa que assumiu os trabalhos no dia 23 de julho, o HMA informou que precisou suspender as atividades porque a nova gestora estava com dificuldades em comprar medicamentos e insumos. O empecilho seriam as dívidas deixadas pela Pró Saúde com os fornecedores.

O HMA foi bloqueado às 19 horas do último sábado (2). Foram firmados convênios com hospitais de Curitiba e região para prestar atendimento à população da cidade. Além disso, as unidades de atendimento 24 horas da cidade receberam o reforço de mais médicos e mais ambulâncias.

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