Os corpos encontrados na tarde desta terça-feira (5) na Ilha Grande, em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro, foram identificados como sendo de Emanuele Rodrigues e Fernanda Muraca, que estavam na casa onde um grupo de 17 pessoas da cidade paulista de Arujá passava o réveillon.

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A identificação foi feita no Instituto Médico Legal (IML) do Rio pela arcada dentária. Muito abatidos, os parentes das duas estiveram no instituto.

"Por mais incrível que seja nós comemoramos a notícia, de que acharam os corpos. Depois pela primeira vez choramos pelas nossas meninas mortas. Os pais delas estão por um lado arrasados e por outro aliviados", disse Pedro Cordeiro, tio de Emanuele.

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Com os dois corpos encontrados, sobe para 52 o número de mortos em Angra dos Reis. Os temporais no estado do Rio já deixaram pelo menos 74 mortos. De acordo com o cálculo dos bombeiros, ainda resta uma pessoa a ser encontrada na Praia do Bananal. A vítima seria uma mulher, moradora da Ilha Grande. Uma criança também continua desaparecida no Morro da Carioca, na região central de Angra.

Do total de vítimas no município, 31 corpos foram encontrados sob os escombros na Praia do Bananal, na Ilha Grande. Outras 21 pessoas morreram depois de um deslizamento de terra no Morro da Carioca. Os desmoronamentos das encostas na região ocorreram na madrugada de 1º de janeiro.

Ainda de acordo com o coronel Pedro Machado, no início das buscas cerca de 250 bombeiros foram mobilizados. Nesta terça, no entanto, esse número já foi reduzido para 40. Uma reunião será feita para vai avaliar o tamanho da equipe que será mobilizada nas buscas na Ilha Grande nesta quarta (6), já que apenas um corpo falta ser encontrado na região.

Demolição e resgate interrompidos

No Morro da Carioca, os trabalhos de demolição e de resgate chegaram a ser interrompidos no início da tarde desta terça-feira (5). Muitos moradores protestavam no local contra a demolição de suas casas, alegando não terem sido notificados. Por causa da confusão, o vice-prefeito Essiomar Gomes mandou parar as máquinas.

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As buscas e demolições foram retomadas por volta das 16h30, com a ajuda da Polícia Militar, que reforçou a segurança no local.

Uma estrutura que atuará como um muro de contenção será construída no morro para evitar o impacto da terra sobre novas casas em caso de novos deslizamentos.

'Aborto da natureza'

Na última segunda (4), em visita ao Morro da Carioca, o prefeito de Angra, Tuca Jordão (PSDB-RJ), classificou o ocorrido como "um aborto da natureza". Em decreto, ele proibiu novas construções e acréscimos em 16 morros do Centro. Segundo a prefeitura, 100 casas devem ser demolidas.

Corpos identificados

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À medida que os corpos são reconhecidos, os nomes são divulgados pela prefeitura de Angra dos Reis e pelo Instituto Médico Legal do Rio.

Para informações sobre Angra, a Defesa Civil municipal disponibiliza os seguintes telefones: (24) 3377-7991 / 3777-7480.

Doações

A Defesa Civil de Angra dos Reis montou um esquema para receber donativos para os desalojados e desabrigados das chuvas na cidade. Um colégio estadual serve de centro de atendimento e coleta de doações.

Segundo o subsecretário de Defesa Civil, José Lucas, muitos alimentos, roupas e colchões já foram entregues, inclusive por moradores de outros estados.

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Para mais informações, os interessados em doar podem ligar para (24) 3377-6046/3377-7480/3365-4588/3377-7869. Para quem quiser fazer doações no local, o endereço do Colégio Estadual Dr. Artur Vargas é Rua Coronel Carvalho, 230, no Centro de Angra.