Investigações sobre caso Louise apontam que foragido teria mudado aparência

O jovem Élvis de Souza, de 20 anos, suspeito de envolvimento na morte da universitária Louise Sayuri Maeda continua foragido e, segundo a polícia, teria mudado a aparência. Na segunda-feira (20) foi divulgada uma imagem do rapaz que está sendo procurado, mas, de acordo com investigações da Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC) , ele retirou o cavanhaque para mudar a aparência. A polícia espera que a população que tenha informações sobre Élvis faça denúncias anônimas.

Nesta quarta-feira (22), o delegado Marcelo Lemos de Oliveira, responsável pelo caso, disse que espera concluir o inquérito com a prisão de Élvis e admitiu que está otimista com essa possibilidade. Segundo o delegado, as investigações estão contando com o apoio da população do bairro Campo do Santana, onde Élvis mora e também onde foi encontrado o corpo de Louise.

Ainda segundo Lemos de Oliveira, a jovem Márcia do Nascimento, de 21 anos, teria sido a responsável pela articulação da emboscada que levou ao crime contra Louise. O delegado também garantiu que Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, também teve participação. As duas trabalhavam na iogurteria de um shopping de Curitiba e continuam presas.

O delegado voltou a descartar o vínculo do crime com o tráfico de drogas. Está sendo realizada uma perícia no veículo de Élvis, que pode ter sido usado no crime, e uma blusa encontrada na casa de Márcia que teria manchas de sangue. A polícia acredita que as provas que estão sendo realizadas pelo Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico Legal (IML) são essenciais para a resolução do caso.

Qualquer informação sobre o paradeiro de Élvis pode ser passada para a DVC de forma anônima pelo telefone da delegacia (41) 3219-9700.

Linha de investigação

Um dia depois de anunciar detalhes do crime, a DVC alterou, na terça-feira (22), os rumos das investigações sobre o assassinado de Louise. Em coletiva realizada na segunda-feira (20), o delegado Marcelo Lemos de Oliveira, afirmou que a principal hipótese era de que Louise, que trabalhava como supervisora em uma iogurteria, tivesse descoberto que duas colegas estariam desviando dinheiro do caixa. "Esta possibilidade sobre desvio de recursos está descartada. Adotamos outra linha de investigação, mas os detalhes não podem ser adiantados", disse.

Na terça-feira, proprietários e funcionários da iogurteria onde Louise trabalhava foram ouvidos pela polícia. Segundo Lemos de Oliveira, todos informaram que não foi constatado nenhum desfalque na contabilidade da empresa, o que levou a polícia a mudar o rumo das investigações. "Eram feitas auditorias diárias nos caixas e, em nenhuma delas, ficou constatado algum desvio", afirmou o delegado.

O assassinato e versões

De acordo com a polícia, no dia 31 de maio, Louise saiu do shopping onde fica a iogurteria acompanhada de Fabiana. Elas teriam se encontrado com Márcia e Elvis, que as esperavam do lado de fora, em um carro prata. Em depoimento, Fabiana disse que Elvis dirigiu o automóvel até um matagal no bairro Campo do Santana, onde Márcia teria simulado estar passando mal. Após descerem do veículo, Fabiana teria recebido ordens para voltar ao carro. Instantes depois, Márcia e Elvis teriam retornado, sem Louise.

"Fabiana afirma que perguntou pela colega, mas que Márcia disse: "Louise ficou no mato’", revela Lemos de Oliveira.

Márcia, por sua vez, afirma que após se encontrar com Fabiana e Louise, todo o grupo foi a um bar nas proximidades da Praça Rui Barbosa. Por volta da 1h30 do dia 1º de junho, ela teria sido deixada em casa, enquanto Fabiana, Élvis e Louise seguiram no carro. "A Márcia chegou em casa e a sogra dela viu e vai confirmar a versão. E Louise, Fabiana e Élvis continuaram no carro. A Márcia não viu mais nada do que aconteceu daí para frente", afirmou a advogada Ana Carolina Castro, que representa Márcia.

Na casa do pai de Elvis, a polícia encontrou sob o assoalho de um dos quartos a bolsa que Louise carregava no dia em que desapareceu. Segundo o delegado, esta é uma prova da participação do rapaz no crime. Até as 19h30 desta terça-feira, Elvis continuava foragido.

Corpo encontrado

O corpo da universitária foi encontrado na tarde de sexta-feira (17) em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Segundo a polícia, o cadáver encontrado na sexta-feira estava em avançado estado de decomposição. O reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML. Além de trabalhar como supervisora na iogurteria de um shopping, no Centro da capital paranaense, Louise cursava Comércio Exterior na Faculdade Uninter.