O prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero (DEM), disse nesta quinta-feira (28) que estuda junto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) uma campanha contra o relatório do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto, que votou pela demarcação de área continua na reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

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O julgamento foi interrompido nesta quarta-feira (27) depois que o ministro Carlos Alberto Direito pediu vista do processo. Os partidários dos produtores de arroz que ocupam a reserva e querem a demarcação em "ilhas" da terra comemoraram o adiamento do julgamento como uma vitória.

Para Quartiero, que lidera os produtores de arroz que ocupam a reserva, o adiamento não foi uma vitória, "mas evitou um desastre". "Foi um prenúncio do que vai acontecer no resto do país. O que está em discussão é uma coisa mais ampla. É o direito de propriedade e de produção."

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Segundo ele, o relatório de Ayres Britto é "deselegante, falso e vingativo". "Ofendeu e ofende não só os produtores de Roraima como de todo o Brasil", afirmou. "Vamos mobilizar toda a classe [produtora] contra ele [o relatório]."

O prefeito acompanhou a sessão do STF na quarta e, nesta quinta pela manhã, se reuniu com integrantes da CNA para estudar que medidas podem ser adotadas até que o julgamento seja retomado, em data ainda a ser definida. Ele retorna para Boa Vista nesta quinta e deve ir para Pacaraima no sábado pela manhã.

Noite tranqüila

Apesar do clima de frustração com o adiamento da decisão sobre a demarcação da reserva, o clima foi de tranqüilidade na Vila Surumu, porta de entrada da reserva, onde os índios faziam uma vigília desde a manhã de quarta.

Segundo a Guarda Nacional, que permanece no local junto com agentes da Polícia Federal e funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai), não houve conflitos entre índios e grupos ligados aos fazendeiros.

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