O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta quarta-feira que no momento da ocorrência do apagão na última sexta-feira, o sistema nordeste já estava com a linha de transmissão, em 500 kV, São João do Piauí/ Milagres desligada em caráter de urgência, para manutenção, desde as 17h25 do dia 3 de fevereiro, o que "agravou as condições operativas do sistema da região".

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Na sequência, desligaram-se automaticamente as linhas de interligações dos sistemas Norte e Sudeste que levam energia ao Nordeste, isolando o sistema da região Nordeste do restante do Sistema Interligado Nacional. Em consequência, houve desequilíbrio no sistema elétrico e o desligamento de energia nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

A fiscalização extraordinária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) dará prioridade à funcionalidade dos esquemas especiais de proteção das subestações, que foi o problema que desencadeou o apagão do Nordeste, ocorrido na última sexta-feira. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Ministério de Minas e Energia (MME), por meio de nota oficial. Segundo a nota, a fiscalização ocorrerá nas principais subestações do Sistema Interligado Nacional.

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O comunicado também confirma a previsão de que o Relatório de Análise de Perturbação (RAP) sobre o incidente deve ser concluído esta semana. "Os resultados das análises e suas respectivas recomendações, que visam o aprimoramento dos procedimentos de segurança, inclusive quanto ao tempo de restabelecimento do sistema, farão parte do referido relatório, que deverá estar concluído esta semana", diz a nota.

O MME informou também que, no acompanhamento da recomposição do sistema de abastecimento de energia da região afetada, Lobão determinou as seguintes providências: enviou ao local da ocorrência equipe técnica do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica e do Operador Nacional do Sistema Elétrico para avaliar a situação das instalações da Subestação Luiz Gonzaga, da Chesf, no Estado de Pernambuco, onde se originou o problema; e convocou reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE, realizada no dia 7 de fevereiro, durante a qual foram analisadas as informações.

Segundo o ministério, a equipe técnica enviada ao local constatou que o plano de manutenção da subestação estava "rigorosamente em dia", e que o equipamento de proteção no qual se originou a perturbação fora inspecionado em outubro de 2010.

Na reunião do CMSE, o ministro determinou, ainda, que se investigassem, entre outros, os seguintes pontos: a adequação dos procedimentos operativos vigentes e as medidas operativas adotadas; o desempenho do sistema Nordeste durante a ocorrência; todo o processo de recomposição do sistema e eventuais falhas de equipamentos durante o restabelecimento das condições operativas; e a abrangência da interrupção do suprimento. O ministro orientou que se confira caráter de urgência à elaboração do RAP.

A perturbação no sistema elétrico, segundo o MME, teve início na falha de um componente eletrônico que provocou a atuação indevida do sistema de proteção da subestação Luiz Gonzaga. A consequência foi o desligamento imediato de todas as linhas de transmissão em 500 kV conectadas a essa subestação.

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