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Descontentes com a administração do prefeito de Sarandi, Milton Martini (PP), representantes de pelo menos 14 entidades e quatro siglas partidárias decidiram se reunir e organizar uma manifestação. O evento, marcado para a manhã de sábado (20), pedirá a cassação de Martini e a realização de novas eleições no município.
De acordo com Alfredo Peres do Souza, um dos coordenadores da ação, a expectativa é de que o protesto reúna mais de mil pessoas. "A administração municipal está péssima e o descontentamento é geral. Precisamos fazer algo", afirmou o presidente da União Sarandiense das Associações de Moradores (Unisam).
Ainda segundo Souza, a decisão de realizar o protesto foi tomada durante uma reunião do Comitê de Lutas contra Corrupção, grupo criado ano passado durante a mobilização da sociedade contra a decisão de destinar o lixo de Maringá ao aterro de Sarandi. "Esse comitê será permanente e atuará como um observatório no município", explicou.
A passeata terá início às 10 horas, com saída do Parque Ipiranga. A reportagem do JM tentou ouvir Martini para comentar sobre a manifestação, mas não obteve contato.
Prefeito é investigado
Milton Martini é acusado de comprar, sem licitação, produtos agropecuários na loja do então chefe de gabinete da Prefeitura, Ailson Donizete de Carvalho, que se demitiu. São dez bombas para passar veneno e 150 litros de herbicida, que somam R$ 7,7 mil. Martini diz que não sabia que a loja era do funcionário e que já devolveu o dinheiro ao município.
Para investigar a denúncia, os vereadores de Sarandi montaram, no fim do ano passado, uma Comissão Processante (CP). Já foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa, incluindo o próprio prefeito e também o deputado Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), que o defendeu. A decisão de cassar o prefeito cabe aos vereadores e precisa ser tomada até o dia 5 de março.
Martini é investigado também na Justiça, acusado de outras irregularidades a frente da Prefeitura. Em dezembro, ele chegou a ser afastado do cargo pela Justiça, por supostamente estar coagindo funcionários públicos que são testemunhas dos processos. Dias depois, a decisão foi revertida e Martini retornou ao cargo.