Intenção da SRM é diminuir a quantidade de shows sertanejos e equilibrar os gêneros de música| Foto: Divulgação / SRM
Presidente da Sociedade Rural vai se reunir com os associados logo após o término da feira para discutir melhorias
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A 41ª Expoingá termina neste domingo (19), mas algumas estratégias para a próxima edição da feira já estão sendo discutidas pelos organizadores. Entre as quais está a mudança na escolha da grade de shows para o evento. Em entrevista à Gazeta Maringá, o presidente da Sociedade Rural de Maringá (SRM), Wilson de Matos Silva Filho, revelou que a entidade pretende equilibrar mais os estilos musicais a partir do próximo ano.

Pesquisas feitas pela SRM revelaram que o público pede outros estilos além do sertanejo. "É uma feira que vem do agropecuário, da terra, então a música sertaneja se identifica com o evento. Mas percebemos que o público tem sugerido shows gospel, de samba, pagode ou até mesmo mais pop rock", afirmou.

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A grade de shows deste ano teve dez apresentações sertanejas e apenas uma no estilo pop rock, do grupo Roupa Nova.

Além do futuro da feira, Silva Filho fez um balanço sobre algumas mudanças que implementou no primeiro ano à frente da SRM e declarou que não possui pretensões políticas para as eleições do ano que vem.Confira a entrevista completa.

Gazeta Maringá - A Expoingá é uma tradição em Maringá. Quais as marcas que a SRM procurou deixar no evento deste ano?

Wilson de Matos Silva Filho - Uma das marcas que estamos deixando é a humanização da feira. Desde a limpeza até a reforma de banheiros e espaços alternativos de conveniência. Temos uma área grande onde param ônibus na frente da feira. São quase 200 metros até a entrada do parque, então fizemos um corredor coberto de 230 metros. Assim, a pessoa pode se proteger da chuva ou do Sol até chegar ao parque. Tínhamos um espaço aberto perto do setor de gastronomia, então criamos uma cobertura para dar mais conveniência para as pessoas. Colocamos bebedouros mesmo com empresas vendendo água aqui dentro. São alguns detalhes, como o jardim do parque ou o fraldário no banheiro dos homens, que tornaram a feira um espaço agradável.

Quais pontos podem ser melhorados para a próxima edição?

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Trabalhamos muito com pesquisas. Ainda é cedo para falar o que pode ter de melhor, mas a primeira iniciativa será uma reunião com todos os associados e ver a sugestão de cada um. Pensaremos a próxima feira assim que acabar esta edição. Mas algumas coisas já sabemos, como sobre a área de shows. A nossa grade de shows, por exemplo, teve 12 apresentações, sendo apenas uma pop rock. É uma feira que vem do agropecuário, da terra, então a música sertaneja se identifica com o evento. Mas percebemos que o público tem sugerido shows gospel, de samba, pagode ou até mesmo mais pop rock. Estamos vendo essa possibilidade para ter um equilíbrio de gêneros, atendendo outros públicos. É uma feira muito esperada, então precisamos sempre superar o esperado.

Muitos estandes mostraram ações ligadas ao meio ambiente. Esse foi um pedido da Sociedade Rural aos expositores?

Pedimos para que nossos expositores estivessem sensíveis à essa causa [Semeando Sustentabilidade, tema do evento]. Pensamos nesse tema porque acreditamos que vamos colher no futuro tudo o que plantamos atualmente. Queremos plantar essa conscientização para colhermos um mundo melhor no futuro. Por isso, estamos trabalhando muito sobre o meio ambiente, desde o lançamento da feira, para alcançar expositores, produtores e visitantes. Hoje o país tem 60% de território em floresta. Somos exemplos no mundo todo.

Como foi assumir a presidência da SRM mesmo tendo participação em outras entidades?

Foi um grande desafio. Quando colocaram o meu nome como sugestão para a presidência, pedi logo o aval do reitor do UniCesumar, meu pai [Wilson de Matos Silva]. São quase 30 dias que não tenho muito tempo para ficar na instituição. Ele foi bem solícito e peguei a Sociedade Rural em um momento muito bom. Entrei aqui há 10 anos, pela Sociedade Rural Jovem. Metade da nossa diretoria tem fundadores da instituição, mas temos a outra metade de pessoas jovens, com novas ideias, tudo isso no sentido de inovar. Foi muito tranquila essa minha transição. A Maria Iraclézia [de Araújo, antiga presidente da SRM] deixou a entidade redondinha, com todas as engrenagens funcionando muito bem. Além disso, todos os diretores contribuem a todo o momento comigo, assim fica fácil.

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A participação em entidades significa que possui pretensões políticas já para 2014?

Não tenho pretensões políticas ou partidárias no momento. Tenho dado minha contribuição de outra forma. Vejo toda a minha geração muito afastada da política. Há 66 anos, muitas pessoas vieram para Maringá, desmataram, mas tiveram o compromisso de replantar. Minha geração precisa dar continuidade a processos. A geração passada teve preocupação para replantação, mas essa minha geração não pensa assim. Podemos não ter árvores daqui algumas décadas. São detalhes que mostram que minha geração está alheia a tudo isso. Em Maringá, temos os mesmos políticos há muito tempo. Já fui convidado a ser prefeito, vice-prefeito e deputado, mas não tenho essa pretensão e nem o apoio familiar. Converso muito com minha esposa e nosso projeto é outro. Estou contribuindo com a sociedade de outra forma. Terei o processo de sucessão no UniCesumar, então tenho esse compromisso com o meu pai. Hoje, essas entidades em que participo também me deixam longe das minhas duas filhas pequenas, então existem valores que são prioridades para mim.