A médica Virgínia Soares de Souza é acusada de antecipar a morte de pacientes em UTI do Hospital Evangélico. Ela responde pelos crimes em liberdade| Foto: Reprodução/RPCTV

Com a crença de que o país todo a enxerga como um "demônio", a médica Virgínia Soares de Souza, suspeita de antecipar a morte de pacientes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba, se defendeu das acusações em entrevista ao programa Fantástico, exibido na noite deste domingo (9).

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"Eu nunca abreviei a vida de ninguém", disse. Na gravação, feita pela RPC TV, ela explica o uso de termos que aparecem nas investigações policiais. Afirmou que "ir com o paciente" significava um desabafo, quando o médico perdia um doente e admite que falar em "desentulhar a UTI" foi "uma infelicidade".

O principal ponto da reportagem é a contestação que o cardiologista José Eduardo Siqueira, membro da Associação Internacional de Bioética, faz ao uso do medicamento Pavulon. Ele afirma que a medicação só deve ser aplicada em pacientes ainda não entubados, justamente para facilitar o funcionamento do aparelho de respiração. Já os casos investigados pela polícia apontam que a substância (paralisante de músculos, inclusive usados na respiração) era ministrada pouco antes da morte e com a pessoa já entubada.

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Virgínia aguarda o julgamento em liberdade, depois de ficar um mês presa no início do ano. Ela e mais três médicos e duas enfermeiras do hospital são acusados de homicídio e formação de quadrilha. A polícia e o Ministério Público investigam também mais de 300 mortes consideradas suspeitas na mesma UTI, entre 2006 e 2013.

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