A crise crônica que vem impactando os atendimentos prestados pelo Hospital Evangélico de Curitiba não impediu a instituição de planejar expandir seus serviços. O hospital pleiteou ao Ministério da Saúde a criação de 30 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, dez novos leitos de UTI pediátrico e outros 80 leitos de enfermaria clínica de retaguarda, voltados para casos de urgência e emergência. Somente para implantação, o aumento dos leitos de Terapia Intensiva depende de uma verba de R$ 4 milhões, que aguarda análise do governo federal.
O cálculo repassado leva em conta o valor unitário de cada novo leito: R$ 100 mil. Já as vagas de enfermaria clínica demandariam um valor anual de incentivo na casa dos R$ 4,97 milhões. Atualmente, o Evangélico opera abaixo da capacidade ideal para o SUS do município, com 439 leitos – sendo 39 Leitos de UTI adulto e 25 Leitos de UTI neonatal.
O ofício encaminhado ao Ministério da Saúde defende que a expansão do hospital para desafogar o serviço de urgência e emergência em Curitiba. Por outro lado, o médico interventor do Evangélico, Carlos Motta, diz que autorização do pedido também pode acudir a instituição financeiramente. Segundo ele, o hospital opera com mais serviço do que a verba atual garante.
“Num primeiro momento, isso [verba que pode ser liberada] entraria a mais para o hospital, porque já estamos destinando de 140 a 160 dos leitos do SUS para a rede RUE [Rede de Atenção às Urgências e Emergências] e recebemos remuneração por só 60 deles”, explica. Conforme o interventor, o respiro com a expansão dos atendimentos levando em conta os serviços que não precisarão de contrapartida, pois já são prestados, renderia cerca de R$ 1 milhão mensal.
Na semana passada, o Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que está ciente do pedido de ampliação feito pelo hospital por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), responsável por formalizar as demandas ao governo federal, mas que ainda aguarda “o envio da proposta detalhada com o cronograma de execução, custos, metas e estimativa de atendimento”. A prefeitura de Curitiba disse que ainda não foi questionado sobre os documentos necessários e que aguarda ser informado oficialmente sobre o pedido.
Caso saia do papel, a ampliação do Hospital Evangélico exigirá uma expansão do próprio espaço físico da instituição, localizada no bairro Bigorrilho. Como o Ministério da Saúde ainda não se posicionou sobre a liberação de recursos, o projeto das obras também não foi para frente, mas Motta estima a construção de novos espaços custaria cerca de R$ 6,5 milhões. A arrecadação do valor dependeria de investimento tanto da União, como do município e do estado.
Mesma novela
O Hospital Evangélico opera de forma parcial há duas semanas. Desde o dia 21 de novembro, a unidade deixou de realizar atendimentos emergenciais a pacientes do Samu, Siate e da Central de Leitos. Também cancelou o agendamento de cirurgias eletivas. Em 28 de novembro, os problemas se agravaram e foram incluídos na lista de restrições as consultas ambulatoriais, os exames laboratoriais e os exames de imagem.
Na semana passada, a direção do hospital informou que uma das únicas vias que pode ajudar o estabelecimento a sair do sufoco é o recebimento de R$ 24,5 milhões a mais no período de um ano do Ministério da Saúde. A verba extra segue sendo analisada pelo governo federal, mas ainda não tem prazo para ser liberada.
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