O motorista do ônibus que despencou no último sábado na Serra Dona Francisca, em Joinville, em Santa Catarina, Cérgio Antônio Costa, também morto no acidente, respondia a dois processos por crimes de trânsito. Um deles por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), pelo atropelamento de Size Brittes, de 81 anos, em União da Vitória, no Paraná, onde morava. Em outro processo criminal, que já estava na fase final, Cérgio foi acusado de embriaguez ao volante, na cidade de Porto União (SC).
MP-PR vai investigar empresas de turismo da comarca de União da Vitória
Órgão também vai instaurar investigação para garantir possíveis ressarcimentos a famílias de passageiros que estavam no ônibus acidentado com 51 mortos em Santa Catarina
Leia a matéria completaO atropelamento ocorreu no início da noite de 3 de abril de 2012, quando Cérgio fazia uma manobra na esquina das ruas Costa Carvalho com Santos Dumont, em União da Vitória. De acordo com informações reproduzidas pelo Ministério Público (MP) na denúncia, Cérgio dirigia uma caminhonete Ford quando usou a marcha ré “por um espaço excessivo e desnecessário para a manobra pretendida”, em um local “onde é normal o trânsito de pedestres”. A vítima chegou a ser encaminhada para um hospital, mas não resistiu. Em depoimento à Polícia Civil, Cérgio enfatizou que prestou o devido socorro e que se tratava “de uma fatalidade”.
A denúncia do MP foi recebida em novembro de 2012 pela 2.ª Vara Criminal de União da Vitória, mas não houve sentença. O processo criminal, nas mãos do juiz Emerson Luciano Prado Spak, ainda está em fase de instrução. Agora, deve ser arquivado.
No ano seguinte, em 17 de dezembro de 2013, Cérgio foi preso por policiais militares por dirigir alcoolizado. O flagrante foi registrado por volta das 4 horas da manhã, no bairro São Francisco, em Porto União. Em janeiro do ano passado, o MP ofereceu denúncia sobre o caso. Ao verificar que ele já respondia por homicídio culposo em outra cidade, o promotor de Justiça Rodrigo Kurth também chegou a pedir a suspensão da CNH de Cérgio, o que foi negado pela Vara Criminal de Porto União. O processo criminal já estava em fase final, e agora também deve ser arquivado.
Os advogados de defesa Felipe Scaramella de Azevedo Cunha e Marcos Danilo Berejuck, que atuam nos dois casos, não retornaram ao pedido de entrevista. A reportagem não conseguiu contato com a família de Cérgio.
Cérgio, de 47 anos, também era o dono da empresa Costa & Mar Turismo, responsável pela viagem. O acidente provocou a morte de 51 pessoas, incluindo um filho de Cérgio. Um inquérito para apurar as causas do acidente e definir responsabilidades foi aberto na Delegacia de Delitos de Trânsito de Joinville.
Ontem, o delegado Brasil Guarani, à frente da investigação sobre o acidente, disse que aguarda três laudos. O laudo da perícia mecânica, realizada nos dois últimos dias, é considerado o mais importante. “Ouvimos relatos sobre alta velocidade, problema no freio. Mas só posso me posicionar a partir da perícia”, reforçou Guarani. O delegado tem 30 dias para concluir o inquérito, mas ele não descarta prorrogar os trabalhos, “diante da complexidade do acidente”.
Dos oito sobreviventes do acidente, seis ainda permanecem internados em hospitais de Joinville, incluindo uma criança de um ano e 9 meses, em estado grave.
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