O Ministério Público Estadual (MP) informou nesta segunda-feira (26) que pediu à Justiça a condenação de Ezequias Moreira Rodrigues, ex-chefe de gabinete do prefeito Beto Richa (PSDB), por improbidade administrativa e crime de peculato (apropriação de dinheiro público). A Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público, que investigava o caso desde agosto, concluiu que Ezequias lesou os cofres públicos em R$ 539,4 mil ao utilizar a sogra, Verônica Durau, para receber os salários dela pagos pelo Legislativo.

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Em nota oficial divulgada no fim da tarde, o MP informa que, apesar de Verônica constar da folha de pagamento da Assembléia, ela nunca havia trabalhado na Casa e sequer sabia que era servidora do Legislativo estadual. A própria Verônica Durau admitiu, em entrevista publicada pela Gazeta do Povo em 10 de agosto, que nunca havia trabalhado na Assembléia.

A sogra

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O caso da "sogra fantasma", como ficou conhecido, veio à tona a partir de denúncia do relações-públicas Marcos Ravazzani, protocolada no MP em agosto. Ravazzani denunciou que Ezequias usava a sogra como "laranja" para se apropriar de dinheiro público – no caso, da Assembléia.

A denúncia, ao tornar-se pública, resultou na exoneração de Verônica do cargo que ocupava na Assembléia e de Ezequias da chefia de gabinete de Beto Richa. Antes disso, porém, o prefeito chegou inclusive a emitir uma nota pública em que reafirmava a confiança em Ezequias. Disse também que estava sendo vítima de uma "armação política".

Mas o escândalo acabou tornando a permanência de Ezequias na chefia de gabinete do prefeito insustentável e, uma semana depois da denúncia tornar-se pública, o próprio Ezequias pediu para sair do cargo de chefe de gabinete. Apesar disso, ele não saiu da prefeitura. Passou a ocupar um cargo na Secretaria Municipal do Turismo.

A sindicância aberta pela Assembléia Legislativa, concluída em setembro, também apontou Ezequias como culpado pelo caso, juntamente com sua sogra. O curioso, porém, foi que os deputados também culparam um morto – o ex-diretor adjunto da Assembléia, Luiz Molinari, falecido em 2005 – como co-responsável. Molinari teria culpa de não ter feito o controle de presença de Verônica Durau na Assembléia.

Verônica foi funcionária da Assembléia por 11 anos. De acordo com a sindicância, no período entre 1996 a 2001, ela estava lotada no gabinete do então deputado estadual Beto Richa, onde Ezequias Moreira era chefe de gabinete. De 2001 a julho de 2007, ela foi transferida para a diretoria adjunta da Assembléia, comandada por Luiz Molinari.

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