Manifestantes que protestaram contra o aumento da tarifa de ônibus entraram em confronto com a polícia em São Paulo na noite de terça-feira (9)| Foto: EFE/Sebastião Moreira

Cardozo solicita à PF informações sobre atos de vandalismo em SP e no RJ

Agência O Globo

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, criticou nesta quarta-feira as manifestações seguidas de atos de vandalismo em São Paulo nos últimos dias contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Além de classificá-las como "um absurdo", Cardozo solicitou à Polícia Federal informações sobre os atos de violência em São Paulo e também no Rio. Segundo ele, não houve nenhuma determinação para abertura de inquérito policial como fora publicado.

"Não houve nenhuma determinação para abertura de inquérito policial pela Polícia Federal, uma vez que até o momento se configura apenas a competência das policiais estaduais para a apuração de eventuais ilícitos ocorridos", disse em nota divulgada pela assessoria do Ministério da Justiça.

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Em reunião com o Ministério Público Estadual nesta quarta-feira, dia 12, líderes do Movimento Passe Livre (MPL) concordaram com uma espécie de "cessar-fogo" para evitar novos protestos marcados para esta quinta-feira, 13. Os manifestantes prometem evitar outra interrupção no trânsito em troca de uma suspensão, por 45 dias, do aumento no valor da tarifa, que passou de R$ 3 para R$ 3,20.

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Estado e Prefeitura, porém, afirmam que não haverá uma suspensão imediata. A avaliação, ao menos no governo do Estado, é de que a proposta soou como uma chantagem. Mas, oficialmente, o Palácio dos Bandeirantes informou que só comentaria a proposta após recebê-la oficialmente.

O promotor público Maurício Ribeiro Lopes, da Promotoria de Habitação e Urbanismo da capital, foi incumbido de negociar uma forma de evitar a manifestação marcada para as 17h desta quinta, com concentração no Theatro Municipal. Ele promete levar nesta quinta-feira um documento assinado pelas lideranças, firmando o compromisso, para o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que retornam de Paris, na França, onde defendiam a candidatura da capital como sede da Expo 2020.

Rio de Janeiro

Manifestantes planejam para esta quinta-feira, 13, à tarde mais um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio. A concentração está marcada para as 17 horas, na Candelária, centro da capital fluminense. Após a série de incidentes registrados na noite desta terça-feira, 11, em São Paulo, que terminou com 20 presos e dezenas de feridos, os organizadores do protesto desta quinta-feira no Rio se preparam para o enfrentamento com a polícia.

Agenda da presidente Dilma Rousseff programada para esta quinta à tarde na cidade, que coincidiria com o horário marcado para o início de mais um protesto contra o aumento do tarifa de ônibus, foi cancelada e transferida para sexta-feira, 14. "A gente espera que o ato tenha um maior número de pessoas, e está tomando medidas de segurança para se defender. A gente sabe que a polícia começa agredindo, e a gente vai preparado para isso", disse nesta quarta-feira um manifestante que pediu para não ser identificado. Ele participou do protesto que reuniu 300 ativistas na segunda-feira, 10, no Rio, quando 34 - 9 adolescentes - foram detidos.

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Repercussão

A onda de protestos contra o aumento das tarifas de transporte público, cujo principal confronto aconteceu na noite desta terça-feira, 11, em São Paulo, tem repercussão nos principais veículos de informação do exterior. As imagens de quebra-quebra nas ruas da capital paulista chamaram a atenção fora do País e, nesta quarta-feira, 12, um pequeno grupo de brasileiros protestou em Paris contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o PT.