O auditor do Ministério da Saúde que coordena a sindicância no Hospital Evangélico de Curitiba, Mario Lobato, disse que o número de mortes na Unidade de Terapia Intensiva da unidade pode ser ainda maior do que as que foram alvo de investigação da polícia. A médica Virgínia Helena Soares de Souza, ex-chefe da UTI do hospital, é acusada de antecipar a morte de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Evangélico de Curitiba.
A Justiça do Paraná aceitou, no último dia 15, a denúncia do Ministério Público contra a médica e outras sete pessoas (três médicos, três enfermeiros e uma fisioterapeuta), acusadas de envolvimento nas mortes de sete pacientes que estavam sob cuidados deles na UTI. Eles vão responder o processo em liberdade. Virgínia estava presa desde o dia 19 de fevereiro, mas foi solta na semana passada.
Há sete casos no processo contra a médica e os outros réus. Além dessas, o Ministério Público investiga outros 20 óbitos ocorridos no tratamento intensivo da instituição.
"São mais de 20 casos já, e nós temos quase 300 já para fazer o fechamento", disse Mario Lobato ao "Fantástico", da Rede Globo.
A equipe chefiada pelo auditor analisa mais de 1,7 mil prontuários dos últimos sete anos e também as provas do processo.
O Ministério Público anunciou que vai pedir nesta segunda-feira (25) à Justiça que Virgínia volte para a cadeia. A alegação é que a prisão é necessária para a garantia da ordem pública e para evitar pressão sobre testemunhas.
Conscientes
Cardiopediatra com 30 anos de carreira, Mário Lobato revela ainda que alguns dos doentes estavam acordados e conscientes, momentos antes da morte. "Um deles estava consciente, sob nebulização, não estava ligado ao respirador. A outra foi uma paciente que pediu um copo de água para a enfermeira".
O advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, diz que ela não fez nada de errado. "Nós poderemos, em breve, provar que tudo que aconteceu naquela UTI tem justificativa na literatura médica."
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