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Prédio do atual Palácio da Justiça foi projetado inicialmente para abrigar todas as secretarias estaduais. Proposta acabou sepultada na década seguinte à construção do Centro Cívico | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Prédio do atual Palácio da Justiça foi projetado inicialmente para abrigar todas as secretarias estaduais. Proposta acabou sepultada na década seguinte à construção do Centro Cívico| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Mudança

Sede do TJ-PR foi projetada originalmente como o Palácio das Secretarias

No projeto original do Centro Cívico encomendado no início da década de 1950, um dos edifícios que mais se destacava era o Palácio das Secretarias, projetado pelo arquiteto carioca Sérgio Rodrigues. O prédio teria 33 pavimentos e, como ficava evidente pelo seu nome, teria a função de reunir todas as secretarias de estado.

O lado prático era quase ofuscado pelas ousadas opções artísticas e funcionais do edifício: o gabinete de cada secretário seria legível através de uma saliência na fachada, um terraço-jardim seria erguido na cobertura e, entre os andares, haveria um imenso restaurante e um salão de exposições. Na época, o próprio governador Bento Munhoz da Rocha Neto defendia com afinco a proposta, reforçando que o edifício, assim como os outros que seriam construídos no local, permitiria uma "economia enorme de locações do estado". O deslocamento das secretarias para o prédio também permitiria, na visão do governo, que outros imóveis próprios do estado pudessem ser utilizados para abrigar escolas ou delegacias de polícia.

O Palácio das Secretarias, no entanto, acabou restrito aos esboços e maquetes do projeto original. Devido à falta de verbas e à oposição dos governos posteriores, foi reduzido para 12 pavimentos e, depois de anos de obras paradas ou em ritmo lento, foi destinado para o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), em 1962.

Avenida

A obra do calçadão na Avenida Cândido de Abreu, que poderia alterar o cenário do Centro Cívico, está temporariamente suspenso. O projeto, de 2009, previa a construção de uma área privilegiada para pedestres, com 950 metros, da prefeitura até a Praça 19 de Dezembro. O trânsito de veículos não seria interrompido. Ao todo, deveriam ser investidos R$ 26 milhões na revitalização, sendo R$ 4 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo. No início de 2013, a proposta foi retirada do pacote de obras.

Gestão

Além de calcular quanto o governo gasta com deslocamentos e aluguéis e analisar os benefícios de construir um novo centro administrativo, o projeto da Via Engenharia também estuda formas de otimizar os espaços ocupados no Centro Cívico. A empresa executora ficaria responsável pela manutenção estrutural e por contratar e administrar o pessoal de vigilância, limpeza e copa. Não foram divulgados os custos estimados. O processo está sendo tocado pela Secretaria Estadual de Planejamento.

Um dos desejos do ex-governador Bento Munhoz da Rocha Neto, a centralização de todas as secretarias estaduais em um mesmo edifício, pode se tornar realidade mais de 60 anos depois da inauguração do Centro Cívico. Uma parceria público-privada (PPP) está em estudo para reorganizar todo o centro administrativo do governo do Paraná.

VÍDEO: Um tour pelo interior do Palácio Iguaçu

INFOGRÁFICO: Veja onde estão espalhados os imóveis usados pelo governo

A empresa Via Enge­nharia, de Brasília – a mesma que construiu o estádio Mané Garrincha e projetou o centro administrativo do Distrito Federal – está à frente dos estudos, a serem concluídos no início do ano que vem.

Com secretarias espalhadas por diversos pontos de Curitiba, as corriqueiras reuniões no Palácio Iguaçu viraram problemas de logística. Estão sendo calculadas as despesas com deslocamentos e aluguéis para saber se a construção de um prédio é compensatória. Algumas estruturas do governo estadual não mudariam de endereço, como a Biblioteca Pública e a Sanepar. Mas outras não estão alocadas no Centro Cívico por simples falta de lugar.

Aluguel

"Em relação à maioria dos outros secretários, estou sempre 15 minutos atrasado", brinca o secretário estadual do Trabalho, Emprego e Economia, Luiz Claudio Romanelli. A pasta ocupa cinco andares de um prédio na Rua Pedro Ivo, no Centro. O imóvel é alugado, ao custo mensal de R$ 60 mil. No térreo fica a Agência do Trabalhador, que precisa de um espaço de fácil acesso e fluxo intenso de pessoas.

Contudo, o pessoal dos demais pavimentos poderia ser deslocado para o Centro Cívico. "Quando houve a ocupação do Palácio das Araucárias, eu tentei ir para lá, mas não teve espaço", diz. O secretário conta que o prédio atual é antigo e necessita de manutenção constante.

Uma das estruturas executivas mais distantes do Centro Cívico é a Compagas. Instalada na Cidade In­dustrial de Curitiba, ela fica a 20 quilômetros do centro administrativo, mas perto dos clientes de gás e de tubulações. Todas as situações precisarão ser analisadas para pesar as vantagens e desvantagens de uma eventual mudança de endereço.

Terreno

Caso a ideia de um novo prédio administrativo siga em frente, a mais provável localização é um terreno em frente do Tribunal de Contas do Estado, na área hoje ocupada pelo Departamento Estadual de Transportes Oficiais (Deto), na Rua Deputado Mario de Barros.

Qualquer que seja a proposta, precisará levar em conta que a área é protegida pelo Patrimônio Histórico e não pode ser desconfigurada.****VIDEO****

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