Família comemora a volta ao Brasil da paranaense "presa" no Oriente Médio
- RPC TV
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O drama da paranaense Nariman Osman Chiah, 21 anos, que tenta fugir do Líbano após ter supostamente sofrido maus-tratos do marido, pode estar perto do fim. A família confirmou que Nariman, que está grávida de cinco meses, iria embarcar às 20 horas (horário de Brasília) desta terça-feira (9) no aeroporto de Istambul, na Turquia, com destino ao Brasil. A chegada estava prevista para a tarde desta quarta-feira (10).
Depois de ter sido impedida de deixar o Oriente Médio ao contratar um grupo de guias especializados em atravessar a fronteira do Líbano ilegalmente, com o objetivo de cruzar a Síria e chegar à Turquia, Nariman conseguiu apoio da Embaixada do Brasil na Síria. Lá, ela teria recebido atendimento médico
Nariman ligou nesta terça-feira para a família e conversou com a mãe, Mahasen Chiah, que mora em Matinhos, no Litoral do Paraná. Mahasen contou que a filha passa bem e está com o estado de saúde estável.
Mesmo com o esforço físico que passou nos últimos dias, a gravidez não foi prejudicada. A mãe da paranaense disse que a filha ligou para a família e contou que está bem. A notícia foi recebida com comemoração pelos familiares. "Ela nos ligou hoje (terça) e fiquei tranqüilizada. Os médicos a examinaram, ela recebeu assistência de algumas pessoas de lá", disse Mahasen.
A família ainda informou que o marido de Nariman, Ahmed Holeihel, chegou a entrar em contato e queria informações da mulher e dos filhos. "Não conversei com ele, mas ele queria saber da minha filha", afirmou. A mãe de Nariman contou que seu marido atendeu ao telefone e disse a Holeihel que a filha já estava no Brasil.
Fuga
Nariman não conseguia deixar o Líbano por causa de leis religiosas do país e decidiu correr todos os riscos por sua liberdade ao lado do filho. Ela tentou atravessar a fronteira do país ilegalmente. Segundo reportagem exibida no Fantástico, no domingo (7), com uma legislação ocidentalizada, a Turquia seria o porto seguro para o embarque da paranaense ao Brasil.
Na madrugada do último sábado (6), Nariman, que estava refugiada em um abrigo sob proteção de uma organização não-governamental e do consulado brasileiro, iniciou a travessia clandestina, a pé, grávida de cinco meses e com o filho, rumo à Síria. O grupo cruzou montanhas e um rio, protegido pela escuridão da madrugada.
De táxi, margeando o Mar Mediterrâneo, Nariman e o filho seguiram para Halep, no Noroeste da Síria. Como não tinham o documento de entrada no território sírio, eles não consegtuiram deixar o país, e chegaram a ser ameaçados de prisão. Ela e o filho seguiram então para Homus, a quatro horas de Halep, onde tentariam conseguir a documentação exigida. De novo não foi possível, e novamente foram ameaçados de prisão.
No desespero, Nariman conseguiu, no domingo (7), contato com a embaixada brasileira em Damasco, na Síria. "Olha, faz três dias que eu não sei o que é dormir. Meus pés estão inchados, eu estou bem cansada. É horrível", afirmou. "Nem imagino como o bebê está".
O embaixador brasileiro em Damasco, Edgar Cassiano, se mostrou otimista quanto à possibilidade de Nariman retornar ao Brasil a partir da Síria. "Já fiz alguns contatos no Ministério das Relações Exteriores. Pretendo resolver esse assunto o mais rápido possível", afirmou ao Fantástico.
Entenda o caso
Nariman tenta fugir do Líbano desde que começou a sofrer agressões do marido, o libanês Ahmed Holeihel. No dia 21 de julho, ela foi barrada no aeroporto de Beirute, quando tentava retornar ao Brasil com o filho, no dia 21 de julho. O problema é que ela tem contra si uma ação aberta por seu próprio marido, Ahmed Holeihel, que a acusa de abandono do lar conjugal e seqüestro de menor, em um tribunal religioso.
De acordo com o cônsul-geral do Brasil em Beirute, Michael Gepp, essas acusações a impediam de sair do território libanês. Nariman disse à Gazeta do Povo Online que um advogado negociava a questão judicial no tribunal de Baalbek.
Ela foi para o Líbano com Holeihel no começo do ano. "No Brasil meu marido não me batia, ele tinha medo", conta. "Quando chegamos aqui é que começaram as agressões". No final de junho, Nariman fugiu de casa e procurou o consulado brasileiro para pedir ajuda para retornar ao país. Depois de ser barrada no aeroporto, Nariman e o filho foram conduzidos pelo consulado a uma organização não-governamental libanesa que presta auxílio a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. Sem agüentar a espera pela Justiça do Líbano, Nariman decidiu fugir para o Brasil ilegalmente no último sábado.
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