Uma passeata irá marcar a primeira semana de greve dos funcionários dos Correios nesta terça-feira (20). O manifesto, marcado para as 15 horas, começará em Curitiba na Praça Santos Andrade e partirá em direção a Assembléia Legislativa, onde representantes dos trabalhadores farão um pronunciamento defendendo suas reivindicações. Estão programadas manifestações também nas cidades de Cascavel, Foz do Iguaçu, Maringá, Francisco Beltrão, Ponta Grossa e Umuarama.
Ainda nesta terça haverá uma audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), às 17 horas, onde a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) irá propor, segundo sua assessoria, um aumento salarial de 12%. A justiça já tinha sugerido um reajuste de 8,5% em agosto, um abono de R$ 800 e mais 3,61% em fevereiro, porém os trabalhadores rejeitaram.
De acordo com o secretário-geral Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues dos Santos, a proposta do Tribunal não avançou muito em relação ao que foi oferecido pela própria estatal. A diferença entre as propostas, ainda de acordo com o secretário, se daria basicamente em um aumento do abono salarial, passando de R$ 600 para R$ 800.
O presidente do TST determinou ainda, na segunda-feira, a volta de funcionamento dos centros de distribuição que estavam parados desde o início da greve. A medida visa garantir a entrega de encomendas e correspondências urgentes durante a greve.
Segundo a assessoria dos Correios no Paraná, apenas 2 das 470 agências no estado estão fechadas, em Paranaguá, no Litoral, e Guarapuava, no Oeste. A empresa alega que a adesão dos grevistas está entre 15% a 20%. O sindicato da categoria discorda e afirma que 90% dos 5 mil funcionários do estado estão em greve.
A distribuição das correspondências e encomendas que estava sendo feita no quartel do Boqueirão voltou a ser realizada no prédio principal no bairro Rebouças. A prioridade continua sendo a entrega de Sedex, malotes e contas. Os serviços atingidos até o momento são Sedex 10, Sedex Mundi e Sedex Hoje.
A greve
Desde o dia 14 de setembro os trabalhadores dos Correios estão em greve em 25 Estados e no Distrito Federal.
Os funcionários reivindicam reajuste salarial de 47,17%, resultado da soma da reposição da inflação dos últimos 12 meses (6,61%), do reajuste real (20%) e da primeira de três parcelas das perdas de anos anteriores (20,56%). A ECT alega que o custo financeiro com o aumento exigido seria três vezes maior que o faturamento bruto anual da empresa. A proposta dos empregadores seria um reajuste de 11,9%, mais um abono salarial de R$ 600.
No dia 16 de setembro o Sintcom conseguiu uma liminar da 15.ª Vara do Trabalho de Curitiba proibindo a EBCT de realizar a contratação de trabalhadores temporários. De acordo com o despacho da juíza Susimeiry Molina Marques, as contratações realizadas pelos Correios ferem a Constituição Federal, lei 7.783, conhecida como Lei da Greve.
Procon
Para a advogada do Procon-PR, Marta Favreto Paim, a greve é um direito constitucional. Por isso, caso haja atraso no recebimento de correspondências e pagamentos, o cidadão deverá procurar diretamente as empresas para quitar suas dívidas. "A empresa poderá cobrar juros caso haja atraso no pagamento. O consumidor é quem deve procurar os fornecedores para a quitação. O mais importante é haver a comunicação entre as duas partes" recomenda a advogada.
Para acompanhar a situação dos produtos enviados pelos Correios, a população pode entrar em contato com a empresa através do telefone 0800 570 0100 ou ainda rastrear o pacote pelo site: www.correios.com.br. Nos dois casos, é importante é ter o número do registro da encomenda.
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