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PM mata em confronto uma pessoa a cada 35 horas no Paraná

 | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
(Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Em média, uma pessoa morreu em confronto com policiais militares a cada 35 horas entre janeiro e maio de 2016 no Paraná. Ano passado inteiro, foram 214 mortos em confrontos com PMs registrados, média de 18 por mês. Os dados são oficiais da própria instituição. Em 2016, 107 pessoas acabaram mortas nessas circunstâncias. O número deste ano já atingiu a metade das mortes de 2015 antes do primeiro semestre acabar.

A cidade com mais confrontos que resultaram em morte foi Curitiba. Foram 31 no período. A Região Metropolitana da capital e o Litoral, juntos, somaram 25. Os números estaduais de 2016 já têm a média mais alta dos últimos cinco anos. No ano passado já havia uma tendência de alta.

Para Stephanie Morin, coordenadora da área Gestão do Conhecimento do Instituto Sou da Paz, a média paranaense está um pouco acima da nacional. Ela usou a base de dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontava, em 2014, que o total de mortes em confronto com a polícia representava em torno de 4% das mortes violentas no Brasil. O Paraná tem o dobro da taxa. Morte em confronto com a PM representa 8% do total de mortes violentas (homicídio doloso, morte em confronto com a PM, lesão corporal seguida de morte e latrocínio) ocorridas no Paraná em 2015.

De acordo com ela, altas taxas de morte em confronto com as polícias, normalmente, acompanham locais onde há taxas elevadas de homicídios dolosos.

“Além disso, é inevitável que inocentes acabem vitimados. É ilusão pensar que dentro deste contexto só bandidos vão ser as vítimas sempre”, explicou, ao mencionar a máxima “bandido bom é bandido morto”, por vezes corroborada pela sociedade.

Mortes de policiais

Por outro lado, neste ano, 2 policiais morreram durante a atividade policial e 11 na folga, enquanto no ano passado 4 foram assassinados no trabalho e 12 quando não estavam na escala de serviço.

Segundo a especialista ouvida pela reportagem, a análise de mortes em confronto com a polícia também precisa levar em consideração as mortes dos agentes vitimados no trabalho, principalmente.

“Considerar todos esses dados é importante porque a segurança pública é um serviço para a população. É como se mede a eficiência e a efetividade do servidor, incluindo o uso da força letal. São com essas informações também que se desenvolvem parâmetros e protocolos adequados para proteção dos policiais”, lembrou.

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