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Um policial militar que responde por participação na suposta tortura contra os acusados de terem matado a jovem Tayná da Silva, no final de junho, ganhou a liberdade na tarde desta terça-feira (29). O agente teve a prisão revogada pela Justiça de Colombo no último dia 25, mediante pagamento de fiança de R$ 10 mil. A informação foi confirmada pelos advogados de defesa do policial.

Antes dele, o delegado Silvan Pereira, primeiro a investigar a morte de Tayná, já havia saído da prisão. Os demais suspeitos ainda seguem presos - incluindo nove policiais civis - por não terem pagado a fiança, considerada por eles muito alta. Nesta terça, os advogados dos policiais civis protocolaram um pedido para que o valor (R$ 10 mil) seja reduzido, mas o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) ainda não respondeu a solicitação.

De acordo com o delegado André Romero, que defende os policiais civis, um parecer sobre o pedido deve ser informado até a próxima quinta-feira (31). Os policiais civis estão presos na Delegacia de Furtos e Roubos (DFRV), no bairro Vila Izabel, em Curitiba.

Solturas

O delegado Silvan Pereira deixou carceragem do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) na noite da última segunda-feira (28). Os policiais estavam detidos desde a primeira quinzena de julho, quando a Justiça decretou as prisões preventivas de 16 dos 21 denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). Apesar de revogar as prisões preventivas, a Justiça condicionou a soltura ao pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil e determinou aos policiais o cumprimento de medidas cautelares, como o afastamento deles da atividade policial, o comparecimento bimestral em juízo e a proibição de se ausentarem por mais de dez dias da cidade onde residem.

Além disso, eles estão proibidos de qualquer aproximação com os quatro homens supostamente torturados. Na decisão, a juíza Aline Passos argumentou não ver mais razões para manter os policiais presos, "uma vez que as supostas vítimas foram incluídas no programa de proteção às testemunhas e os réus são servidores públicos, com residência fixa, e veem colaboraram com a Justiça". A magistrada citou ainda a possibilidade de "constrangimento ilegal" aos acusados por conta do enorme lapso temporal transcorrido desde a prisão sem que o caso fosse solucionado.

O advogado Cláudio Dalledone, que defende Silvan Pereira, celebrou a decisão da juíza. "Foi uma decisão tardia, mas justa. Não havia argumentos para manter essas pessoas presas, quando os reais matadores de Tayná estão protegidos por lei", argumentou o defensor, referindo-se aos quatro funcionários do parque de diversões de Colombo inicialmente acusados do crime.

Logo após crime contra Tayná, cometido no dia 25 de julho, o quarteto preso chegou a confessar o homicídio. Dias depois, porém, os homens foram soltos alegando terem confessado o assassinato sob tortura. Por conta disso, eles acabaram incluídos no Provita - um programa de proteção a testemunhas.

A autoria do crime continua sob investigação. No último dia 10, o delegado Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios (DH), pediu ao MP-PR a prorrogação do prazo para investigar o caso.

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