Dois adolescentes, uma mulher e um homem foram presos no início da noite de sábado (25) acusados de envolvimento na morte, da universitária Ana Cláudia Caron, 18 anos. Entre os detidos está o rapaz que teve o retrato falado divulgado na sexta-feira (24) pela polícia. Nenhum deles seria conhecido da vítima. As quatro pessoas foram presas em casa na região do Parque Tanguá, entre Curitiba e Almirante Tamandaré, na região metropolitana.
Os detalhes do crime foram divulgados em uma entrevista coletiva na tarde deste domingo no 1º Distrito Policial, no Centro de Curitiba. "Este crime foi fruto de uma sociedade violenta e do uso cada vez maior de drogas, um crime de oportunismo, que não tem como prever", disse o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
Todos os acusados, segundo a Secretaria da Segurança, teriam confessado o crime. Eles seriam usuários de drogas e teriam roubado a universitária para vender os pertences dela.
Prisão
Na noite de sábado, foram presos Ângela Ferraz da Silva, 22, anos, seu namorado, o adolescente A.S.,17 que completa 18 anos neste domingo (26) - J.P.M., 15, e Weryckson Ricardo de Pontes, 19. Segundo o delegado titular de Almirante Tamandaré, Jairo Estorilio, que também integrava a força-tarefa, Ângela e A.S. foram detidos na casa onde moravam, na região do Parque Tanguá. Na casa deles, a polícia encontrou todos os objetos levados da garota no momento do crime. "Roupas, brincos, bolsa, celular e outros pertences de Ana Cláudia", contou Estorilio. Todos os objetos já foram reconhecidos pelo pai da vítima.
De acordo com o delegado, Ângela levou a polícia até o outro adolescente, que morava na mesma região. Horas depois de encontrar os três, a policia prendeu Pontes. Ângela confessou também que a universitária foi abusada sexualmente.
A polícia informou que uma testemunha já reconheceu A.S. e J.PM. como as pessoas que levaram a estudante próxima à academia, onde ocorreu o rapto. A arma do crime também foi apreendida neste domingo.
Os quatro detidos vão responder por homicídio qualificado. O laudo do Instituo Médico Legal confirmará ainda a causa da morte e o possível confronto do material coletado do corpo da vítima. A participação de cada um deve ser definida pelo Ministério Público, assim que o inquérito for concluído.
Passeata
No sábado pela manhã, cerca de 250 pessoas, entre amigos e familiares, fizeram uma passeata contra a violência. A manifestação partiu da porta da academia onde a jovem foi abordada e seguiu até o Centro da cidade. Emocionados, eles pararam em frente à Catedral da Praça Tiradentes e fizeram orações em lembrança de Ana Claudia. Os manifestantes estampavam cartazes com os dizeres: "Dor e revolta"
O crime
De acordo com testemunhas, Ana Cláudia foi levada por dois homens armados quando estacionava o carro, próximo da academia, na Rua Paula Gomes, no Centro de Curitiba. Os bandidos entraram no carro e fugiram com a vítima. O veículo, modelo Pálio, com placa AKI-5603, cor azul marinho escuro, foi encontrado queimado perto do local do crime um dia depois. A perícia no veículo deve terminar somente nesta segunda-feira.
Enterro
O corpo da universitária foi enterrado nesta sexta-feira no cemitério Paroquial São Marcos, no bairro Abranches, em Curitiba. O sepultamento foi acompanhado por familiares e muitos amigos da vítima.
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