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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue o assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli, executada nesta madrugada em Niterói, no Rio de Janeiro. Peluso deverá falar ainda hoje sobre o assunto com o governador do Rio, Sérgio Cabral.

O STF divulgou uma nota na qual o presidente do tribunal e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pede apuração rápida do crime e punição rigorosa dos responsáveis. Peluso afirma que o assassinato da juíza foi um atentado à independência do Judiciário, ao Estado de Direito e à democracia.

"Em nome do Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justiça e do Poder Judiciário, repudio o brutal assassinato da juíza Patrícia Lourival Acioli. Crimes covardes contra a pessoa de magistrados constituem atentados à independência do Judiciário, ao Estado de direito e à democracia brasileira. A preservação do império da lei em nosso país exige a rápida apuração dos fatos e a punição rigorosa dos responsáveis por este ato de barbárie. A juíza Patrícia Lourival Acioli deixa uma lição de profissionalismo, rigor técnico e dedicação à causa do direito. Que esse exemplo sirva de consolo a seus familiares, a quem encaminho minha solidariedade e sinceras condolências", afirmou Peluso na nota.

Patrícia Acioli tinha 47 anos e estava à frente da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Ela foi morta com vários tiros quando chegava em casa dirigindo seu carro, um Fiat prata Idea, no Timbau, bairro do distrito de Piratininga. Ela não tinha seguranças no momento em que foi atacada. Seus assassinos estavam encapuzados e ocupavam duas motos e dois carros. Foram feitos pelo menos 15 disparos de pistolas calibres 40 e 45 contra a vítima, que morreu no local. A polícia espera contar com eventuais imagens gravadas pelas câmeras de segurança existente na portaria do condomínio.

A polícia acredita que o crime tenha sido encomendado uma vez que a juíza já havia recebido várias ameaças de morte. Patrícia Acioli atuou em casos emblemáticos que envolveram milícias e era conhecida por ser linha dura nas condenações. Em algumas de suas decisões está a prisão de policiais militares de São Gonçalo que sequestravam traficantes e, mesmo depois de matá-los, entravam em contato com familiares e comparsas exigindo dinheiro para soltura.

A juíza também decretou a prisão preventiva de policiais militares acusados de forjar confrontos com bandidos, mortos durante a abordagem. O nome da juíza estava em uma "lista negra" feita pelo criminoso Wanderson Silva Tavares, o "Gordinho", preso no Espírito Santo em janeiro deste ano e chefe da quadrilha de extermínio que agia em São Gonçalo e teria assassinado pelo menos 15 pessoas em três anos.

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